BTG (BPAC11) nas alturas: ‘Confiança aumentou para entregar resultado acima do projetado’, diz CFO

O BTG Pactual (BPAC11) embalou e dispara 12% nesta terça-feira (12) após resultados que o colocaram em outro patamar.
Além de renovar o recorde histórico da ação, o lucro — que subiu 42%, para R$ 4,2 bilhões — e o ROE (retorno sobre o patrimônio líquido) de 27% também quebraram marcas históricas.
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Investidores se perguntam até onde o banco pode chegar. Em teleconferência com jornalistas, o CFO, Renato Cohn, afirmou que a expectativa é de manutenção dos bons números.
“O entendimento é que, estruturalmente, há expectativa de resultados um pouco melhores para a segunda metade deste ano, abrangendo o terceiro e o quarto trimestre”, disse.
O salto nos números foi resultado do crescimento de todas as linhas de receita, que avançaram entre 15% e 40% em relação ao mesmo período do ano anterior, segundo cálculos do JPMorgan.
Cohn destacou que algumas áreas apresentam crescimento mais estrutural e contínuo, como Corporate Lending, Wealth Management e Asset Management, “para as quais se espera expansão consistente”.
Já Investment Banking e Sales & Trading, tradicionalmente mais voláteis, também tiveram desempenho positivo, embora com previsibilidade limitada.
Por isso, tanto analistas quanto o próprio banco projetam avanços mais moderados nesses segmentos.
Com base nos resultados já obtidos e nas perspectivas para os negócios mais recorrentes, o CFO acredita ser possível alcançar um ROE acima de 24% em 2025.
“Dependendo do desempenho no segundo semestre, esse número pode superar ligeiramente essa marca”, afirmou.
No início do ano, o guidance do BTG indicava um retorno sobre o patrimônio superior ao de 2024, de 23,1%.
“O nível de confiança aumentou para entregar resultado pouco acima do guidance projetado”, disse Cohn.
O consenso do mercado indica R$ 14,5 bilhões para o lucro anual, o que parece conservador na visão de alguns analistas.
BTG e o cenário macro
Cohn afirmou que já é possível perceber uma redução gradual nas projeções de inflação, movimento observado semana a semana no Boletim Focus.
“Abre espaço para cortes, mas ainda é um pouco cedo. O Banco Central deve aguardar mais indicadores antes de tomar uma decisão. Caso ocorra, a expectativa é que aconteça no fim deste ano ou apenas em 2026.”
Nesta terça, o Ibovespa chegou a subir 2% após o IPCA, que mede a inflação, de julho vir abaixo do esperado — alta de 0,26% contra expectativa de 0,35%.
Em reação, as taxas de Depósitos Interfinanceiros (DIs) tocaram mínimas intradia, ficando abaixo de 14% pela primeira vez desde maio.
Nos Estados Unidos, o corte de juros pode ocorrer antes — possivelmente nos próximos dois ou três meses, segundo o executivo.
“Para o banco seria ótimo ver o início de um processo de corte de juros no Brasil. Isso tende a gerar mais atividade econômica, mais negócios e, consequentemente, benefícios para o BTG.”
Apesar do ambiente de juros elevados, o banco cresce mais rápido que seus concorrentes. Para o CEO Roberto Sallouti, o resultado reforça a força do modelo integrado de negócios.
“Este desempenho, diante de um cenário desafiador e volátil, reflete o sucesso do nosso modelo integrado, uma alavanca fundamental do nosso crescimento, combinado a uma execução disciplinada e focada em nossos clientes.”
O trimestre também registrou a maior receita da história do banco: R$ 8,3 bilhões, alta de 38% no ano.