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BTG diminui preço-alvo da Braskem (BRKM5) citando “ambiente difícil”

11 set 2025, 12:20 - atualizado em 11 set 2025, 12:20
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Ações da Petz também são recomendação de compra no day trade desta quinta-feira (Imagem: Divulgação/Braskem)

O time de analistas do BTG Pactual, liderado por Luiz Carvalho, reduziu o preço-alvo das ações da Braskem (BRKM5) de R$ 13 para R$ 11, citando uma “perspectiva desafiadora” e um “ambiente difícil” para a companhia.

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Do lado da oferta de petroquímicos, o banco avalia que a Braskem vem enfrentando novas adições de capacidade global, o que pressiona os preços de seus produtos.

Em 2024, por exemplo, entraram em operação cerca de 6,4 milhões de toneladas de capacidade de polietileno (PE) e 4,5 milhões de toneladas de polipropileno (PP), principalmente na Ásia e nos EUA. Para 2025, são esperadas novas adições em proporções semelhantes, sobretudo na Ásia e no Golfo do México.

“As margens de polietileno, polipropileno e PVC seguem pressionadas, já que a demanda fraca sazonal se choca com o excesso estrutural de oferta e custos elevados de matérias-primas”, destacam os analistas. “Com preços firmes de nafta e propeno, mas queda nos preços realizados dos polímeros, as margens integradas comprimiram significativamente”.

E, para o banco, o atual momento macroeconômico adciona incerteza do lado da demanda na equação.

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Essa combinação, que já impactou os resultados do segundo trimestre, levou o BTG a revisar para baixo suas estimativas de Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) para os próximos anos. Para 2025, a redução foi de 27%, para US$ 961 milhões; para 2026, de 14%, para US$ 1,3 bilhão.

Braskem tem múltiplos elevados

Segundo o BTG, atualmente a Braskem negocia a um múltiplo de 12,4 vezes o valor da empresa sobre o Ebitda projetado para 2025. Para 2026, o múltiplo é de 8,9 vezes. Em ambos os casos, os níveis são considerados elevados em comparação aos pares globais.

Na avaliação dos analistas, pesam ainda os riscos ligados à responsabilidade em Alagoas, onde a empresa não chegou a um acordo definitivo sobre o afundamento do solo em Maceió, e à disputa pelo controle acionário da companhia.

Do lado positivo, o banco cita a provável aprovação do PL 892, que propõe recriar o REIQ (Regime Especial da Indústria Química) – benefício fiscal destinado a reduzir o custo de matérias-primas petroquímicas – e instituir o PRESIQ (Programa Especial de Apoio à Indústria Química), uma versão atualizada do incentivo.

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“O PL 892 pode ser um catalisador relevante, com potencial de elevar o Ebitda de 2026. Estimamos que, a cada 1% de incentivo no REIQ/PRESIQ, o Ebitda de 2026 poderia aumentar em cerca de US$ 60 milhões. No entanto, seguimos cautelosos até que os benefícios apareçam nos resultados”, afirmam os analistas.

Ainda assim, o BTG vê riscos fiscais para a aprovação integral do programa, já que ele implica renúncia de receita para a União.

“Acreditamos que o projeto deve ser aprovado, mas com uma alíquota menor, entre 2% e 4%. Mesmo com esses possíveis ganhos, entendemos que a Braskem precisará de medidas adicionais, como desinvestimentos, para assegurar uma virada sustentável na geração de caixa”, concluem.

O BTG Pactual tem recomendação neutra para a Braskem.

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vitor.azevedo@moneytimes.com.br