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BTG Pactual elege ações preferidas do setor da saúde; veja a recomendação

17 jul 2022, 13:00 - atualizado em 17 jul 2022, 12:56
Planos de Saúde
BTG afirma que o segundo trimestre deve ser um período de transição. (Imagem: Bruno Cecim/Ag.Pará)

O BTG Pactual elegeu, em um relatório, suas ações preferidas do setor de saúde.

Segundo o banco, com o segundo trimestre sendo marcado por uma melhor sazonalidade para os provedores e impactos menos severos da covid-19 nas seguradoras, a expectativa é de uma rodada de resultados mistos, com melhores margens trimestrais em geral, mas comparações anuais difíceis impedindo qualquer grande crescimento nos resultados.

“A dinâmica dos lucros deve melhorar, mas apenas ligeiramente, já que a alta inflação de custos ainda não foi totalmente repassada aos preços no segundo trimestre. O trimestre também contará com algumas consolidações relevantes de fusões e aquisições: Profarma Specialty pela Viveo, Sompo Saúde pela SulAmérica, EMEC pela Mater Dei e Lab. Marcelo Magalhães por Fleury”, explicam os analistas da instituição.

A análise do BTG afirma que o segundo trimestre deve ser um período de transição e um primeiro passo para voltar ao normal no setor de saúde — o que, segundo o banco, deve acontecer só no ano que vem.

Pensando nisso, o BTG manteve as preferências setoriais para Rede D’or (RDOR3), SulAmérica (SULA11),  Hapvida (HAPV3), Viveo (VVEO3) e Mater Dei (MATD3), por parecerem ativos “bem posicionados para acompanhar a tendência de crescimento e consolidação do mercado no setor de saúde”.

Confira a análise do BTG para o setor da saúde:

Rede D’or (RDOR3)

Rede D'Or
(Imagem: LinkedIn/ Rede D’Or São Luiz)

Para o BTG, o momento é de comprar as ações da Rede D’Or. Segundo os analistas da instituição, os resultados do segundo trimestre devem ser mistos, mas, do lado positivo, depois de melhorar no primeiro trimestre, as margens devem se recuperar quando comparadas ao trimestre anterior devido à melhor sazonalidade do segundo trimestre e aos benefícios iniciais das iniciativas de corte de custos.

“Do lado negativo, tendo em vista as duras comparações do 2T21, o ebitda contábil não deve crescer muito ano a ano, já que o ticket médio não deve se recuperar muito, com uma melhora mais forte esperada no segundo semestre. Vemos o top line crescer 10% ano a ano para R$ 5,73 bilhões, ajudado pela consolidação de ativos recém-adquiridos no LTM e taxas de ocupação mais altas (+3p.p. q/q; -1p.p. y/y )”, diz o relatório.

O BTG aponta que o ebitda ajustado deve atingir R$ 1,43 bilhão (-8% a/a), com margem de 25% (+1p.p. q/q; -5p.p. a/a), capturando os benefícios iniciais das novas iniciativas de controle de custos (principalmente em suprimentos médicos, terceirização e despesas gerais e administrativas).

Já o ebitda não ajustado deve crescer 12% ano a ano. O lucro líquido deve ser de R$ 176 milhões (-60% a/a), pressionado por resultados financeiros muito piores (-R$ 765 milhões vs. -R$ 328 milhões no 2T21).

Embora longe de seu pleno potencial no segundo trimestre, o momentum dos lucros da RDOR deve melhorar gradualmente no segundo semestre, de acordo com o BTG.

As ações devem ser negociadas em ~17x P/E 23, ao incluir os resultados #s.o de volta ao normal da SULA no setor de saúde, o que esperamos que aconteça de verdade no próximo ano.

Hapvida (HAPV3)

hapvida
(Imagem: Facebook/Hapvida)

A Hapvida também é uma recomendação de compra, segundo o BTG. A expectativa do banco é a de que, após os resultados abaixo da média no primeiro trimestre, os do segundo trimestre “devem ser um pouco melhores, mas não o suficiente para oferecer muita alegria”.

“Prejudicado pela consolidação de fusões e aquisições recentes, o cash MLR deve permanecer bem acima dos níveis pré-pandemia, mas um pouco melhor q/q (-50bps q/q). Com a volta do crescimento orgânico (a ser visto com mais clareza nos próximos trimestres), esperamos adições líquidas de 88 mil membros no segundo trimestre. Mais especificamente, projetamos receita líquida de R$ 5,92 bilhões (+6% a/a pro-forma), enquanto o ticket médio não deve mudar muito (já que os aumentos de preços devem ocorrer principalmente no segundo semestre)”, explica a análise do banco.

Ainda segundo o BTG, “o caso de investimento da Hapvida agora está provavelmente tingido de mais incerteza, mas os números do segundo trimestre ainda não mostram uma imagem precisa dos níveis de negócios normalizados”.

“Com a captura gradual de sinergias e expansão adicional no crescimento orgânico, o impulso dos lucros deve melhorar gradualmente, portanto, nosso comprador  deve apresentar resultados mistos no segundo trimestre (lançado em 11 de agosto). Do lado positivo, depois de melhorar no primeiro trimestre, as margens devem se recuperar t/t devido à melhor sazonalidade do segundo trimestre e aos benefícios iniciais das iniciativas de corte de custos. Do lado negativo, tendo em vista as duras comparações do 2T21, o ebitda contábil não deve crescer muito ano a ano, já que o ticket médio não deve se recuperar muito, com uma melhora mais forte esperada no segundo semestre”, diz a análise.

Segundo o BTG, o ebitda ajustado deve atingir R$ 1,43 bilhão (-8% a/a), com margem de 25% (+1p.p. q/q; -5p.p. a/a), capturando os benefícios iniciais das novas iniciativas de controle de custos (principalmente em suprimentos médicos, terceirização e despesas gerais e administrativas).

O ebitda não ajustado deve crescer 12% a/a. O lucro líquido deve ser de R$ 176 milhões (-60% a/a), pressionado por resultados financeiros muito piores (-R$ 765 milhões vs. -R$ 328 milhões no 2T21).

SulAmérica (SULA11)

Sulamerica
(Imagem: Divulgação)

Os analistas do BTG afirmam que a SulAmérica deve ter um segundo trimestre de transição, apresentando resultados fracos no segundo trimestre, prejudicados pela MLR acima do normal e pela fraca dinâmica de preços.

O banco estima que o faturamento deve crescer 5% para R$ 5,48 bilhões, principalmente refletindo a adição de 158 mil membros (116 mil da consolidação da Sompo Saúde + 42 mil vidas organicamente), mas pressionado pelo menor ticket médio.

O lucro bruto deve ser de R$ 249 milhões (-11% a/a), prejudicado pela MLR anormalmente alta de 87% (plano q/q; +1p.p. a/a), pressionado principalmente pelo acúmulo de procedimentos eletivos e o retorno da sazonalidade no 2º trimestre (maior frequência q/q).

Com melhores resultados financeiros líquidos (+R$ 165 milhões), o resultado final deve atingir R$ 17 milhões.

“Vemos os resultados da SULA como sem intercorrências, já que a ação deve ser negociada no potencial acordo com o RDOR e não mais em seus fundamentos. Continuamos compradores”, diz a análise.

“Do lado positivo, depois de melhorar no primeiro trimestre, as margens devem se recuperar t/t devido à melhor sazonalidade do segundo trimestre e aos benefícios iniciais das iniciativas de corte de custos. Do lado negativo, tendo em vista as duras comparações do 2T21, o ebitda contábil não deve crescer muito ano a ano, já que o ticket médio não deve se recuperar muito, com uma melhora mais forte esperada no segundo semestre”, continua o banco.

O ebitda ajustado deve atingir R$ 1,43 bilhão (-8% a/a), com margem de 25% (+1p.p. q/q; -5p.p. a/a), capturando os benefícios iniciais das novas iniciativas de controle de custos (principalmente em suprimentos médicos, terceirização e despesas gerais e administrativas).

Já o ebitda não ajustado deve crescer 12% ano a ano. O lucro líquido deve ser de R$ 176 milhões (-60% a/a), pressionado por resultados financeiros muito piores (-R$ 765 milhões vs. -R$ 328 milhões no 2T21).

“Apesar dessa pequena melhora sequencial, os números do segundo trimestre adicionam riscos negativos às nossas previsões para o ano inteiro (revisaremos nossos números oficiais durante a temporada de resultados).”

Fleury (FLRY3)

Fachada do Laboratório Fleury, em São Paulo.
Imagem: Fleury/Divulgação.

Para a Fleury, o BTG prevê a apresentação de resultados sólidos no segundo trimestre, refletindo a forte expansão da receita líquida e do ebitda, apesar dos menores volumes de covid-19 e margens estáveis ano a ano.

A receita líquida deve totalizar R$ 1,1 bilhão (+19% a/a), ajudada pela consolidação do Laboratório Marcelo Magalhães em maio e pelo ramp-up de novas iniciativas. O EBITDA ajustado deve crescer 18% a/a para R$ 294 milhões, com margem de 26%, praticamente idêntica ao 2T21, suportado pelo sólido desempenho da marca Fleury.

No total, o lucro líquido esperado ajustado é de R$ 70 milhões (-20% a/a), pressionado principalmente por R$ 99 milhões em despesas financeiras líquidas (vs. R$ 36 milhões no 2T21).

“Diante da recente (altamente estratégica) fusão com a Pardini, temos um viés mais positivo em relação ao Fleury. Mas enquanto esperamos por mais clareza na alocação de capital (principalmente considerando um potencial novo aumento de capital, conforme especulado pela empresa), mantemos nossa recomendação neutra“, diz o relatório.

Qualicorp (QUAL3)

O BTG enxerga que a Qualicorp deve apresentar mais uma rodada de resultados decepcionantes, com fraco crescimento orgânico e ticket médio gerando uma perda de linha de fundo na comparação ano a ano.

A expectativa do banco em relação à receita líquida é de R$ 494 milhões (-5% a/a), com apenas 6 mil vidas adicionadas organicamente no trimestre (vs. -6 mil no 2T21) e ticket médio caindo 3% ano a ano.

O ebitdaajustado (incluindo amortização de vendas) deve ficar em R$ 188 milhões (-7% a/a), com margem de 38% (-80bps a/a).

Pressionados por um resultado financeiro pior (-R$ 86 milhões vs. -R$ 13 milhões no 2T21), o lucro líquido esperado é de R$ 31 milhões (-65% a/a).

A recomendação para a QUAL3 se mantém como neutra.

Mater Dei (MATD3)

hospital
(Imagem: Facebook/Rede Mater Dei de Saúde)

A previsão do BTG para a Mater Dei, uma das ações preferidas pelo banco, é de resultados melhores no segundo trimestre, com forte expansão da receita suportada pela consolidação de recentes fusões e aquisições, maiores volumes eletivos, ramp-up de ativos recém adquiridos e Mater Dei Salvador, e margem ebitda decente na comparação ano a ano.

A receita líquida prevista pelo banco para a companhia é de R$ 452 milhões, um aumento de 68% ano a ano, devido a: (i) consolidação total das recentes M&A (Porto Dias, Hospital Santa Genoveva e Hospital Premium); (ii) consolidação da EMEC (150 leitos, consolidado em meados de abril); (iii) lançamento do Mater Dei Salvador; e (iv) maiores taxas de ocupação na operação de Belo Horizonte.

O ebitda ajustado deve aumentar 33% a/a para R$ 124 milhões (margem de 27%, abaixo dos 34% do ano anterior devido a comps difíceis, já que o 2T21 foi ajudado por maiores volumes relacionados à covid), prejudicado por um ticket médio menor e pior alavancagem operacional em ativos recentemente consolidados.

Já o lucro líquido (exminoridades), segundo o BTG, deve ser de R$ 38 milhões (-28% a/a) devido a maiores despesas financeiras.

“Após acelerar e entregar a expansão inorgânica esperada em 2021 (cinco aquisições de hospitais desde o IPO), o desafio é integrar esses ativos adquiridos. Continuamos compradores”, dizem os analistas.

Viveo (VVEO3)

Viveo
(Imagem: Viveo/Divulgação)

Mais uma recomendação de compra, a previsão do BTG para a Viveo é de resultados sólidos e crescimento orgânico consistente, auxiliado pela consolidação da Proforma Specialties.

O faturamento esperado é de R$ 1,95 bilhão (+20% a/a) e o ebitda ajustado deve ser de R$ 159 milhões (+38% a/a), gerando margem de 8,2% (+30 bps a/a devido a um mix de serviços mais lucrativo mais sinergias de aquisições recentes).

O BTG projeta um lucro líquido contábil de R$ 69 milhões (-16% a/a), pressionado por maiores despesas financeiras.

Blau Farmacêutica (BLAU3)

blau farmacêutica
(Imagem: Reprodução Blau Farmacêutica)

A recomendação para a Blau, segundo o BTG, também é de compra.

O banco espera que a farmacêutica tenha resultados sólidos no segundo trimestre. Para o BTG, a expectativa é de um faturamento estável ano a ano em R$370 milhões, ajudado por um sólido aumento nas receitas biológicas (+23% a/a), mas compensado por menores vendas de medicamentos especiais (-24% a/a, já que o 2T21 foi impulsionado artificialmente pela pandemia).

Refletindo a pior alavancagem operacional e mix de produtos, além de maiores custos de matéria-prima, o ebitda projetado é de R$ 122 milhões, gerando margem de 33% (-7,5p.p. a/a). O lucro líquido esperado é de R$ 96 milhões (-3% a/a).

“Blau continua sendo uma de nossas jogadas favoritas na área de saúde e esperamos melhorias sólidas nos números da empresa ao longo do segundo semestre [… ]Esperamos um faturamento de R$ 1,95 bilhão (+20% a/a) e EBITDA ajustado de R$ 159 milhões (+38% a/a), gerando margem de 8,2% (+30 bps a/a devido a um mix de serviços mais lucrativo mais sinergias de aquisições recentes)”, dizem os analistas.

O lucro líquido contábil projetado é de R$ 69 milhões (-16% a/a), pressionado por maiores despesas financeiras.

Odontoprev (ODPV3)

Odontoprev (odpv3)
(Imagem: Odontoprev/Youtube)

Os resultados da Odontoprev, segundo o BTG, devem ser mistos para o segundo trimestre de 2022, fazendo com que a recomendação para os papéis da companhia seja neutra.

O BTG afirma que o segundo trimestre, para o ODPV, deve ter fraca expansão da receita líquida e ebitda ajustado, somados a uma margem menor y/y, mas crescimento do resultado final.

A empresa deve registrar adições líquidas sazonalmente fortes (162 mil vs. 152 mil no ano passado), mas o tíquete médio fraco (-2% a/a) impedirá uma expansão sólida da receita líquida.

O faturamento esperado é de R$ 471 milhões (+4% a/a), enquanto a pressão de custos e um ticket médio menor farão com que o ebitda ajustado caia 5% a/a para R$ 130 milhões, gerando uma margem de 28% (-200bps aa /s).

Por fim, o BTG estima um lucro líquido de R$ 99 milhões (+14% a/a), auxiliado pelo caixa líquido da empresa.

Procaps Group (PROC)

Procaps
(Procaps/Reprodução)

A recomendação para a Procaps é de compra, com receita líquida prevista de US$ 112 milhões (+16% a/a), ebitda ajustado de US$ 24 milhões (+4% a/a), gerando margem de 22% (queda de 3 p.p. a/a), e lucro líquido ajustado lucro de US$ 5 milhões (vs. prejuízo líquido de US$ 4 milhões um ano atrás).

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Jornalista formada pela Faculdade Paulus de Comunicação (FAPCOM) e editora do Money Times, já passou por redações como Exame, CNN Brasil Business, VOCÊ S/A e VOCÊ RH. Já trabalhou como social media e homeira e cobriu temas como tecnologia, ciência, negócios, finanças e mercados, atuando tanto na mídia digital quanto na impressa.
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Jornalista formada pela Faculdade Paulus de Comunicação (FAPCOM) e editora do Money Times, já passou por redações como Exame, CNN Brasil Business, VOCÊ S/A e VOCÊ RH. Já trabalhou como social media e homeira e cobriu temas como tecnologia, ciência, negócios, finanças e mercados, atuando tanto na mídia digital quanto na impressa.
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