Setor Elétrico

Ações da Eletrobras ganham favoritismo, após “reviravolta sem precedente”

08 dez 2020, 11:50 - atualizado em 08 dez 2020, 11:55
Eletrobras
Eles argumentam que durante anos a Eletrobras sofreu com a má governança corporativa, uma estrutura corporativa complexa e investimentos questionáveis (Imagem: Divulgação)

O BTG Pactual (BPAC11) iniciou a cobertura de Eletrobras (ELET3; ELET5; ELET6) com recomendação de “compra” e preço-alvo de R$ 57 para papéis ordinários (ELET3) e de R$ 63 reais para ações preferenciais classe B (ELET6), conforme relatório a clientes no final da segunda-feira, em que destaca a reviravolta operacional “sem precedente” da empresa nos últimos cinco anos.

Na visão dos analistas João Pimentel e Fillipe Andrade, a elétrica de controle estatal oferece relação de risco-retorno das mais atraentes na cobertura do BTG, pois ainda oferece uma vantagem significativa mesmo quando se exclui qualquer ganho esperado com uma possível privatização.

“Assumindo que a empresa continue sendo estatal, nosso preço alvo para a PNB seria de 52 reais… Evidentemente, há valor adicional significativo a ser destravado se uma privatização for bem-sucedida. Nesse caso, nosso preço-alvo salta para 75 reais”, afirmaram no relatório.

O preço-alvo de 63, segundo os analistas, é uma combinação de ambos os cenários, que assume chance de 50% de privatização.

Eles argumentam que durante anos a Eletrobras sofreu com a má governança corporativa, uma estrutura corporativa complexa e investimentos questionáveis, além dos impactos da Medida Provisória 579, de 2012, que mudou regras no setor elétrico e buscou reduzir o preço da energia no país.

Na visão da equipe do BTG, a nova equipe de gestão da companhia tem liderado desde 2016 uma grande reforma na Eletrobras, gradualmente reposicionando a empresa para os seus melhores dias. Eles destacaram particularmente o reforço no balanço patrimonial, com alavancagem caindo fortemente.

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Durante anos a Eletrobras sofreu com a má governança corporativa (Imagem: Reuters/Pilar Olivares)

Mas, apesar de todas as mudanças positivas, os analistas destacaram que há um limite para quantas mudanças podem ser feitas em uma estatal, mesmo que ela seja a maior concessionária de energia da América Latina e represente cerca de 30% da capacidade de geração do Brasil e 45% da rede de transmissão no país.

“Em comparação com seus pares privados, ela continua altamente ineficiente e carece de capacidade de investir tanto quanto no passado, razão pela qual o processo de capitalização tão aguardado é absolutamente vital para a continuidade de seu sucesso”, ressaltaram Pimentel e Andrade.

Por volta de 11:50 (horário de Brasília), as ações ordinárias (ELET3) subiam 4,43%, a 35,20 reais, enquanto as preferenciais de classe B (ELET6) tinham elevação de 3,91%, a 35,76 reais, entre os maiores ganhos do Ibovespa (IBOV), que mostrava acréscimo de 0,2%.

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