BTG vê cenário benigno para inflação em 2026 – mas cita condições para isso

O BTG Pactual avalia que o cenário “relativamente benigno” para a inflação — que pressupõe acomodação adicional dos serviços em 2026 — é compatível com um pouso suave da atividade econômica, desde que os riscos fiscais se mantenham administráveis e o câmbio siga relativamente estável.
O banco manteve suas estimativas em 4,8% para 2025 e reduziu de 4,3% para 4,2% a de 2026, beneficiada por ajustes em preços administrados, como a redução do Imposto sobre Propriedades de Veículos Automotores (IPVA) no Paraná.
O banco destacou que a dinâmica inflacionária piorou em agosto, com leituras da prévia (-0,14%) e do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) cheio (-0,11%).
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Apesar de o alívio ter se mantido nos itens comercializáveis, como bens industriais e alimentação no domicílio, a inflação de serviços voltou a acelerar, interrompendo a trajetória favorável observada nos meses anteriores, diz o analista Bruno Balassiano.
Já em relação as expectativas de inflação, o BTG destaca que seguiram em queda, mesmo com a piora de curto prazo.
De acordo com o último Boletim Focus, as projeções para o IPCA são de 4,83% para 2025 e de 4,29% para 2026.
O banco, no entanto, alerta para fatores de risco que podem pressionar os preços no horizonte à frente, como o aumento da probabilidade de La Niña no quarto trimestre deste ano, que pode afetar safras agrícolas e reservatórios de energia, elevando custos de alimentos e tarifas elétricas.
“Nos próximos meses, será importante monitorar sinais de arrefecimento da dinâmica do mercado de trabalho, se a desaceleração em curso da atividade vai prosseguir e se a desaceleração da inflação de serviços observada no primeiro semestre de 2025 vai persistir”, reforça o relatório.