BTG Pactual (BPAC11) surpreende e Banco do Brasil (BBAS3) decepciona; Qual banco se saiu melhor no 2T25?
O desempenho dos principais bancos da bolsa brasileira no segundo trimestre de 2025 (2T25) chamou a atenção dos investidores. Enquanto o BTG Pactual (BPAC11) surpreendeu positivamente, o Banco do Brasil (BBAS3) apresentou números ainda mais baixos que as projeções pessimistas.
No Giro do Mercado desta segunda-feira (18), a jornalista Paula Comassetto recebeu Renan Dantas, editor-assistente do Money Times, para comentar sobre os principais destaques da temporada de balanços no setor bancário.
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Segundo Dantas, o indicador mais impactante nos resultados do BTG foi o Retorno sobre o Patrimônio Líquido (ROE), que atingiu impressionantes 27%. Trata-se de uma linha vista com atenção pelo mercado, pois demonstra a rentabilidade da companhia.
“Para ter uma noção, o Itaú, que é o segundo colocado, conseguiu 23%. Houve uma distância muito acelerada, e ninguém estava esperando isso”, afirmou Dantas.
O editor destaca que agora o grande desafio do banco é sustentar esse patamar de ROE, já que a expectativa pelos próximos resultados no ano deve crescer.
Para ele, o feito do banco é ainda mais notável por ter sido alcançado em um cenário econômico adverso, com a taxa Selic em 15% e uma desaceleração geral na expansão das carteiras de crédito.
“Imagina o que o BTG conseguiria fazer numa economia pujante, com uma Selic de um dígito e um mercado de capitais aquecido”, disse.
Por outro lado, o Banco do Brasil ficou com o ROE abaixo da Selic, atingindo somente 8% de rentabilidade.
O principal vilão foi a inadimplência no agronegócio, que enfrenta uma crise de crédito com o aumento de recuperações judiciais de produtores.
Como medida de proteção, o BB cortou a distribuição de dividendos aos acionistas (payout) de 40% para 30%. As perspectivas para o terceiro trimestre continuam fracas, segundo a própria administração do banco.
Nenhuma casa de análise recomenda compra, mas também ninguém rebaixou a recomendação para venda, segundo Dantas, sugerindo um modo de espera para observar se o pior já passou.
“A gestão acredita que em 2026 vai ter uma melhora. O Banco do Brasil é um banco com 200 anos que passou por várias crises e sempre conseguiu se recuperar”, disse.
Itaú, Bradesco e Santander no meio-termo
Os outros grandes bancos apresentaram resultados distintos. Em trajetória de recuperação, o Bradesco (BBDC4) apresentou um bom resultado, com um ROE de 14,6%, muito próximo do custo de capital, medido pela Selic.
“O Bradesco está fazendo o feijão com arroz muito bem feito e caminha para se encontrar aos poucos”, afirmou Dantas. O otimismo é tanto que casas como UBS e Itaú BBA elevaram o preço-alvo da ação, com o Itaú BBA chegando a considerá-lo o melhor banco da bolsa no momento.
O Itaú (ITUB4), visto como uma espécie de “reloginho suíço” do mercado, sempre atendendo as expectativas, entregou mais um resultado sólido e em linha com as projeções, mantendo seu ROE estável em 23%.
A grande novidade, destaca Dantas, foi a sinalização do CEO sobre um possível pagamento de dividendos extraordinários, o que pode tornar a ação ainda mais atrativa. Continua sendo amplamente recomendado como um investimento seguro para preservação de capital.
Já no caso do Santander (SANB11), após atingir um ROE de 17% no primeiro trimestre, o número recuou para 16% no segundo, com um resultado abaixo do esperado. Dantas explica que os analistas olham com cautela para o banco, devido a um leve aumento na inadimplência, o que o deixa com um viés neutro no mercado.
O programa ainda abordou o desempenho dos mercados globais e outros destaques corporativos. Para acompanhar o Giro do Mercado na íntegra, acesse o canal do Money Times no YouTube.
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