BTG vê trimestre fraco para commodities, mas destaca Suzano (SUZB3) e Klabin (KLBN11); Vale (VALE3) perde força

O BTG Pactual mantém uma visão cautelosa para as commodities e projeta resultados mais fracos no segundo trimestre (2T25) para as empresas do segmento listadas em Bolsa.
Em relatório de prévia, o banco destaca que o segmento como um todo segue enfrentando um “cenário desafiador”, pressionado principalmente pela valorização do real — que avança 12% desde janeiro — e pela pressão generalizada sobre os preços das matérias-primas.
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O pessimismo da casa com o setor não é novo. A visão cautelosa já se reflete na carteira recomendada de ações do BTG, que mantém apenas 10% de exposição ao segmento e não adiciona companhias de commodities há algum tempo.
“Continuamos observando um ambiente difícil, pressionado por balanços oferta-demanda desfavoráveis, disputas comerciais globais, preocupação com a China, valorização do real e ausência de catalisadores de curto prazo”, diz o relatório.
Suzano e Klabin: pontos fora da curva no ramo de commodities
Ainda assim, os analistas do banco apontam papel e celulose como uma exceção, com expectativa de desempenho superior.
Suzano (SUZB3) e Klabin (KLBN11), por exemplo, aparecem como os principais destaques positivos da prévia do BTG, com projeções de alta de 21% e 12%, respectivamente, no EBITDA na comparação trimestral.

De acordo com a casa, embora partam de uma base fraca, essas companhias devem se beneficiar de preços mais ajustados — já mais próximos da curva de custos — e de um ambiente menos deteriorado em relação aos demais subsetores.
E a Vale?
No caso das mineradoras, o BTG ressalta que o minério de ferro recuou 6% no trimestre, o que deve pressionar os resultados financeiros das empresas que dependem da commodity.
Segundo os analistas, a produção sazonalmente mais forte pode até trazer algum alívio, mas não o suficiente para reverter a tendência.
Para a Vale (VALE3), o banco projeta fraca geração de lucro e caixa — o que limita a atratividade do retorno das ações (yield) no curto prazo.
Siderúrgicas
Com relação às siderúrgicas, o cenário também permanece desafiador. A deflação de preços, considerada pouco comum, somada a sinais de demanda mais fraca pesa sobre as perspectivas do setor.
Ainda assim, a Gerdau (GGBR4) deve se sobressair, beneficiada por sua forte presença nos Estados Unidos. A expectativa do BTG é de crescimento sequencial de 6% no Ebitda no trimestre.
Outras empresas de commodities
O relatório destaca ainda que a Dexco (DXCO3), mais exposta à atividade econômica doméstica, apresenta sinais positivos de melhora, puxada pelo bom desempenho da divisão de madeira e resultados ligeiramente maiores nas unidades Deca e Cerâmica.
No entanto, a recuperação ainda é considerada modesta e com alívio limitado na alavancagem.
Na ponta negativa, além da Usiminas (USIM5), a CBA (CBAV3) é apontada pelo BTG como uma das empresas que devem apresentar as maiores quedas nos resultados.