C&A (CEAB3) salta quase 20% mesmo com queda de 94,3% no lucro do balanço do 1T25; é hora de comprar as ações?

Com o apetite ao risco e reação positiva ao balanço do primeiro trimestre de 2025 (1T25), as ações da C&A (CEAB3) operam entre as maiores altas do mercado acionário brasileiro.
Fora do Ibovespa (IBOV), CEAB3 registrou avanço de 17,62%, na máxima do dia. A ação encerrou a sessão com alta de 13,35%, a R$ 14,60.
A varejista reportou um lucro líquido de R$ 4,1 milhões entre janeiro e março, uma queda de 94,3% na comparação com o mesmo período do ano passado. Segundo a companhia, a contração reflete o reconhecimento de créditos tributários e a sua atualização com juros e correção monetária.
No critério ajustado, no entanto, a empresa teve lucro líquido de R$ 2,5 milhões, revertendo o prejuízo ajustado de R$ 61,4 milhões no 1T24.
Já o Ebitda (Lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado (pós-IFRS 16) foi de R$ 244,5 milhões no trimestre, um crescimento de 35,4% na base anual. A margem Ebitda foi de 15,2%, alta de 2,7 pontos porcentuais (p.p.).
A receita líquida somou R$ 1,612 bilhão no trimestre, crescimento de 10,9% na comparação anual.
As vendas mesmas lojas (SSS, na sigla em inglês) de vestuário atingiram 15% no 1T25.
O que dizem os analistas?
Os analistas avaliaram o balanço de C&A no 1T25 como “robusto”, com números acima das expectativas, com destaque para o forte crescimento nas vendas nas mesmas lojas (SSS) de vestuário e expansão da margem.
“A C&A Brasil registrou um sólido primeiro trimestre, com iniciativas internas apoiando o crescimento da receita e melhorando as margens, bem como a inadimplência”, escreveram os analistas Danniela Eiger, Gustavo Senday e Laryssa Sumer, da XP, em relatório.
Já para o Santander, os resultados da C&A acima do esperado “está se tornando a norma”. “Acreditamos que isso ressalta a eficácia das iniciativas estratégicas ‘Energia C&A’ em impulsionar as vendas e a alavancagem operacional”, afirmaram os analistas do banco Ruben Couto, Eric Huang e Vitor Fuziharo.
Na visão do BTG Pactual, os resultados reforçaram o “forte” momento operacional da companhia.
“Como mencionamos em nossa atualização de fevereiro, estamos impressionados com os investimentos estratégicos da C&A na cadeia de suprimentos (modelo push & pull + automação), foco no desenvolvimento de produtos e tendências decentes em serviços de crédito ao consumidor (apesar da recente desaceleração), que impulsionaram seu desempenho superior nos últimos trimestres e são fundamentais para competir contra plataformas cross-border e pares locais”, dizem os analistas em relatório.
O Itaú BBA reiterou que segue otimista com o segmento de vestuário no segundo trimestre, “dados os sinais encorajadores de crescimento”. Os analistas do banco também mencionam que a base de comparação anual no segundo trimestre é “mais fácil” — já que o mesmo período do ano anterior foi afetado por um clima mais quente e inundações no Sul do Brasil.
Eles ainda afirmaram que os resultados provavelmente desencadearão revisões de ganhos para cima.
É hora de comprar CEAB3?
Para os analistas do Bradesco BBI, os papéis da varejista seguem atraentes no setor de varejo. Isso porque, na visão deles, a C&A tem combinado ganhos persistentes de participação de mercado e melhorias na lucratividade, menor risco de revisão em relação ao consenso e um ponto de entrada atraente.
Já o BTG Pactual disse que, embora seja otimista com as ações da companhia, continua monitorando os riscos relacionados ao aumento de sua plataforma de financiamento ao consumidor em meio a um ambiente de alta taxa de juros (e inadimplência).
O Itaú BBA “gosta” da tese estratégica da companhia, considerada “simples” pelo banco.
“Um exercício simples mostra que a C&A poderia dobrar sua linha inferior se diminuísse completamente sua diferença de produtividade em relação à Lojas Renner (LREN3). Claro, isso não acontece da noite para o dia, mas não vemos nenhuma razão estrutural para que isso não possa acontecer nos próximos anos”, afirmou o analista Rodrigo Gastim em relatório.
Confira as recomendações para C&A que o Money Times teve acesso:
Banco | Recomendação | Preço-alvo |
BTG Pactual | Compra | R$ 17,00 |
Itaú BBA | Compra | R$ 15,00 |
Santander | Compra | R$ 14,70 |
XP Investimentos | Compra | R$ 12,00 |
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