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C&A (CEAB3) salta quase 20% mesmo com queda de 94,3% no lucro do balanço do 1T25; é hora de comprar as ações?

08 maio 2025, 15:29 - atualizado em 08 maio 2025, 17:27
C&A, ações
Para os analistas, a C&A reportou mais um balanço 'sólido' e acima das expectativas; bancos reiteraram a recomendação de compra para as ações (Foto: Flávya Pereira/Money Times)

Com o apetite ao risco e reação positiva ao balanço do primeiro trimestre de 2025 (1T25), as ações da C&A (CEAB3) operam entre as maiores altas do mercado acionário brasileiro. 

Fora do Ibovespa (IBOV), CEAB3 registrou avanço de 17,62%, na máxima do dia. A ação encerrou a sessão com alta de 13,35%, a R$ 14,60. 



A varejista reportou um lucro líquido de R$ 4,1 milhões entre janeiro e março, uma queda de 94,3% na comparação com o mesmo período do ano passado. Segundo a companhia, a contração reflete o reconhecimento de créditos tributários e a sua atualização com juros e correção monetária

No critério ajustado, no entanto, a empresa teve lucro líquido de R$ 2,5 milhões, revertendo o prejuízo ajustado de R$ 61,4 milhões no 1T24

Já o Ebitda (Lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado (pós-IFRS 16) foi de R$ 244,5 milhões no trimestre, um crescimento de 35,4% na base anual. A margem Ebitda foi de 15,2%, alta de 2,7 pontos porcentuais (p.p.).

A receita líquida somou R$ 1,612 bilhão no trimestre, crescimento de 10,9% na comparação anual. 

As vendas mesmas lojas (SSS, na sigla em inglês) de vestuário atingiram 15% no 1T25. 

O que dizem os analistas? 

Os analistas avaliaram o balanço de C&A no 1T25 como “robusto”, com números acima das expectativas, com destaque para o forte crescimento nas vendas nas mesmas lojas (SSS) de vestuário e expansão da margem.

“A C&A Brasil registrou um sólido primeiro trimestre, com iniciativas internas apoiando o crescimento da receita e melhorando as margens, bem como a inadimplência”, escreveram os analistas Danniela Eiger, Gustavo Senday e Laryssa Sumer, da XP, em relatório. 

Já para o Santander, os resultados da C&A acima do esperado “está se tornando a norma”. “Acreditamos que isso ressalta a eficácia das iniciativas estratégicas ‘Energia C&A’ em impulsionar as vendas e a alavancagem operacional”, afirmaram os analistas do banco Ruben Couto, Eric Huang e Vitor Fuziharo. 

Na visão do BTG Pactual, os resultados reforçaram o “forte” momento operacional da companhia. 

“Como mencionamos em nossa atualização de fevereiro, estamos impressionados com os investimentos estratégicos da C&A na cadeia de suprimentos (modelo push & pull + automação), foco no desenvolvimento de produtos e tendências decentes em serviços de crédito ao consumidor (apesar da recente desaceleração), que impulsionaram seu desempenho superior nos últimos trimestres e são fundamentais para competir contra plataformas cross-border e pares locais”, dizem os analistas em relatório. 

O Itaú BBA  reiterou que segue otimista com o segmento de vestuário no segundo trimestre, “dados os sinais encorajadores de crescimento”. Os analistas do banco também mencionam que a base de comparação anual no segundo trimestre é “mais fácil” — já que o mesmo período do ano anterior foi afetado por um clima mais quente e inundações no Sul do Brasil. 

Eles ainda afirmaram que os resultados provavelmente desencadearão revisões de ganhos para cima. 

É hora de comprar CEAB3? 

Para os analistas do Bradesco BBI, os papéis da varejista seguem atraentes no setor de varejo. Isso porque, na visão deles, a C&A tem combinado ganhos persistentes de participação de mercado e melhorias na lucratividade, menor risco de revisão em relação ao consenso e um ponto de entrada atraente.

Já o BTG Pactual disse que, embora seja otimista com as ações da companhia, continua monitorando os riscos relacionados ao aumento de sua plataforma de financiamento ao consumidor em meio a um ambiente de alta taxa de juros (e inadimplência).

O Itaú BBA “gosta” da tese estratégica da companhia, considerada “simples” pelo banco. 

“Um exercício simples mostra que a C&A poderia dobrar sua linha inferior se diminuísse completamente sua diferença de produtividade em relação à Lojas Renner (LREN3). Claro, isso não acontece da noite para o dia, mas não vemos nenhuma razão estrutural para que isso não possa acontecer nos próximos anos”, afirmou o analista Rodrigo Gastim em relatório. 

Confira as recomendações para C&A que o Money Times teve acesso:

Banco  Recomendação  Preço-alvo 
BTG Pactual  Compra  R$ 17,00
Itaú BBA Compra  R$ 15,00
Santander  Compra  R$ 14,70
XP Investimentos Compra  R$ 12,00

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Repórter
Jornalista formada pela PUC-SP, com especialização em Finanças e Economia pela FGV. É repórter do MoneyTimes e já passou pela redação do Seu Dinheiro e setor de análise politica da XP Investimentos.
liliane.santos@moneytimes.com.br
Jornalista formada pela PUC-SP, com especialização em Finanças e Economia pela FGV. É repórter do MoneyTimes e já passou pela redação do Seu Dinheiro e setor de análise politica da XP Investimentos.
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