C6 lucra mais de R$ 1 bilhão no 1º semestre com ROE de 43%

O C6 Bank registrou lucro líquido de R$ 1,049 bilhão no primeiro semestre de 2025, alta de pouco mais de 8% em relação ao mesmo período do ano passado, conforme dados divulgados nesta quarta-feira (20). O banco, que tem como sócio o gigante norte-americano JPMorgan Chase, espera um resultado anual recorde.
A carteira de crédito expandida alcançou R$ 72,4 bilhões, com aumento de 49% ano a ano e de 20,7% na base semestral, com aumento do percentual de empréstimos com garantia para 79,8%, de 75,8% em junho de 2024 e 77,5% em dezembro do ano passado.
“O C6 vem trabalhando esse crescimento com esse perfil de risco já ao longo dos últimos dois, três anos, então é algo estrutural do nosso crescimento”, afirmou à Reuters o CFO do banco, Philippe Katz, reforçando a previsão de encerrar o ano com uma carteira de R$80 bilhões.
Do total da carteira, 46% das operações são de crédito consignado, área que, segundo o executivo, é bastante valorizada e conhecida pelo banco. Em relação ao novo consignado privado, ele afirmou que o C6 iniciou a atuação com bastante cautela, mas que o plano é acelerar a expansão desse produto.
- LEIA TAMBÉM: O Money Times liberou, como cortesia, as principais recomendações de investimento feitas por corretoras e bancos — veja como acessar
“A tendência é que você veja o banco crescer ao longo do segundo semestre nesse segmento do consignado privado”, afirmou.
No primeiro semestre, a taxa de inadimplência para clientes com mais de 90 dias de atraso ficou em 3,2%, de 3,1% um ano antes e 2,6% em dezembro. O banco atrelou o movimento à implementação da resolução 4.966 neste ano, que mudou regras sobre provisões de perdas esperadas para os bancos.
De acordo com Katz, excluindo o impacto da nova regulamentação, o índice teria ficado em 2,1%, mantendo a tendência dos últimos semestres. Mas ele reforçou que o banco está confortável com o patamar de 3% após a nova regra.
“Nós gostamos do perfil de risco da nossa carteira, vamos continuar a crescer dentro desse perfil, então a tendência é a manutenção desse indicador em torno de 3%”, afirmou ao comentar os números do balanço, destacando que o cenário de desaceleração da economia brasileira no ano já é esperado nos modelos do C6.
A despesa de provisão de devedores duvidosos no primeiro semestre totalizou R$996 milhões, de R$ 1,051 bilhão um ano antes e R$863 milhões em dezembro. O custo do crédito em relação à carteira de crédito, por sua vez, ficou em 0,3%, de 0,4% em junho do ano passado e 0,3% em dezembro de 2024.
De acordo com o head de investimentos e private banking do C6, Igor Rongel, o fato de o banco ter um DNA mais voltado para a alta renda também permite ter um descolamento do que se observa no mercado, dada a resiliência desse público.
“Como aumentamos muito a penetração do público de alta renda, a composição da carteira de clientes fica um pouco mais confortável… Isso nos deixa mais bem posicionado nesse aspecto de desaceleração ou qualquer tipo de movimento da economia que possa atingir determinado público ao longo do tempo.”
Katz ressaltou a diversificação de áreas de negócios do banco, que inclui veículos, consignados, empresas e pessoa física, como uma ferramenta para o crescimento. “O banco está pronto para eventuais turbulências e vai continuar a crescer. O ano de 2025 vai ser de lucro recorde no balanço do C6.”
Lançado oficialmente em agosto de 2019, o C6 atingiu seu primeiro lucro líquido anual no ano passado, de R$ 2,3 bilhões.