C&A (CEAB3) e Lojas Renner (LREN3) ainda “sentem frio” e ações caem
As ações das varejistas de moda figuram entre as maiores quedas do Ibovespa (IBOV) nesta terça-feira (28).
Por volta de 11h45 (horário de Brasília), a C&A (CEAB3) operava com baixa de 2,78%, a R$ 16,41, figurando como a segunda maior perda entre as ações negociadas no principal índice da bolsa brasileira.
No mesmo horário, Lojas Renner (LREN3) recuava 1,28%, a R$ 14,63.
As varejistas sentem a pressão da abertura da curva de juros brasileira, em meio a incertezas sobre o cenário fiscal e a expectativas para a trajetória da taxa de juros, a Selic — mas não só. O “calor” que ainda não chegou também pesa sobre o desempenho das companhias.
O clima já voltou ao centro das atenções nos resultados das varejistas de vestuário, segundo a XP.
O monitor do setor indica que outubro foi mais frio em várias regiões, enquanto as primeiras previsões do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET) apontam que essa tendência deve continuar em novembro.
No entanto, as previsões para dezembro apontam para temperaturas mais altas que o histórico no Sudeste e em outras regiões — o que pode compensar o início mais fraco do quarto trimestre de 2025 (4T25), já que dezembro é o mês mais importante do período.
Por isso, a equipe de analistas acredita que a volatilidade climática continuará sendo um tema importante a ser monitorado, com temperaturas atípicas podendo ser um obstáculo.
“Após terem sido um importante fator positivo para a demanda dos varejistas de vestuário no segundo tri e um esperado obstáculo para o 3T25, as dinâmicas climáticas devem permanecer no radar dos investidores, já que as temperaturas, especialmente nas regiões Sul e Sudeste, continuam incomumente mais frias”, escreveram os analistas Danniela Eiger, Pedro Caravina e Laryssa Sumer, em relatório divulgado nesta terça-feira (28).
Ventos contrários
Segundo o monitor do clima da XP, a Lojas Renner (LREN3) é a companhia ligeiramente mais exposta às “anomalias” de temperatura devido à maior presença nas regiões Sul e Sudeste.
“No entanto, a queda combinada média ano a ano da temperatura é apenas ligeiramente maior que a dos seus pares (-1,7ºC contra -1,5ºC da C&A e ante a -1,6ºC da Guararapes)”, afirma o relatório.
“Não esperamos divergências muito fortes de desempenho entre esses players, enquanto as próximas teleconferências do 3T25 devem ser fundamentais para entender os primeiros sinais dos impactos do clima no 4T25”, acrescentaram os analistas.
Para a equipe, as previsões para dezembro indicam um mês mais quente que o histórico — o que, aliado à forte sazonalidade da temporada de festas e a uma possível demanda reprimida, pode compensar o início mais difícil do 4T25.
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Varejo na ‘baixa temporada’ de ganhos
Para o BTG Pactual, uma nova alta nas ações das varejistas depende da melhora na dinâmica macroeconômica e de atualizações positivas das estimativas de lucro.
“Com os fundamentos microeconômicos cada vez mais importantes na precificação dos ativos, mantemos uma postura seletiva”, afirmaram os analistas Bruno Henriques, Luis Mollo e Marcel Zambello, em relatório também divulgado nesta terça-feira (28).
O banco tem preferência pelas ações de C&A e Lojas Renner no setor de vestuário, apesar da desaceleração do crescimento previsto para as duas companhias.
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