C&A (CEAB3): Por que BTG Pactual ainda vê espaço para valorização das ações apesar do salto de quase 130% no ano?

Mesmo com avanço de quase 130% no acumulado do ano, o BTG Pactual ainda vê um potencial de valorização das ações da C&A (CEAB3) e elevou o preço-alvo de R$ 17 para R$ 22.
Com isso, o banco projeta um salto de até 23,6% dos papéis da varejista até o final de 2025 com base no preço de fechamento da última terça-feira (3).
“Apesar da valorização recente, continuamos a ver os mesmos sinais encorajadores que nos levaram a adotar uma postura mais positiva em relação ao nome há alguns meses, impulsionando revisões para cima nos lucros”, escreveram os analistas Luiz Guanais, Yas Cesquim e Pedro Lima.
O BTG Pactual também reiterou a recomendação de compra.
“Melhorias ainda a serem capturadas em sua operação de varejo — produtividade da loja e alavancagem operacional —, ROIC (retorno sobre capital investido) crescente, um balanço patrimonial desalavancado e um valuation decente sustentam nossa visão positiva sobre o nome.”
Nesta quarta-feira (4), as ações da varejista, negociadas fora do Ibovespa, operaram em queda. CEAB3 registrou baixa de 0,17%, a R$ 17,77, na B3. Acompanhe o Tempo Real.
O que chamou a atenção do BTG?
Os analistas do BTG Pactual destacaram que a C&A aumentou a produtividade de loja e a lucratividade de suas operações no primeiro trimestre deste ano como fato positivo para as ações da varejista.
Além disso, eles consideram que a companhia está intensificando seu foco na eficiência operacional, principalmente nas vendas por metro quadrado — o que é visto, pelos analistas, como o principal gatilho para a criação de valor em 2025.
“A empresa continua a implantar mecanismos de preços dinâmicos para preservar a competitividade, enquanto implementa seletivamente aumentos de preços por meio de uma melhor combinação de produtos e melhorias de qualidade”, diz o relatório.
O negócio de crédito também chamou a atenção dos analistas. Para ele, o C&A Pay adotou uma abordagem mais conservadora— “o que reduz o risco em um cenário de taxas de juros ainda elevadas no Brasil”, diz o relatório.
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O que esperar de C&A
Para o BTG Pactual, a C&A deve se beneficiar de uma “sazonalidade favorável” nos próximos trimestres, com maior demanda por coleções de inverno.
“O segundo e o terceiro trimestres são tipicamente períodos mais fortes devido às coleções de inverno, e dados climáticos iniciais indicam que as temperaturas médias nas primeiras semanas entre março e maio foram menores do que no mesmo período de 2024 — impulsionando a demanda da categoria”, afirmaram os analistas.
Eles ainda consideram que o segundo trimestre do ano passado foi relativamente fraco, o que melhora a base de comparação anual.
Os riscos para CEAB3
Embora o banco tenha uma visão positiva para as ações da varejista, os analistas não destacaram os riscos.
Entre eles, estão o aumento de sua plataforma de financiamento ao consumidor em um ambiente de altas taxas de juros (e inadimplência) e a concorrência potencialmente mais acirrada de pares locais “que provavelmente acelerarão as vendas nos próximos trimestres”.