Café fica mais caro no mercado global após confirmação de tarifa dos EUA para o Brasil

Os preços do café arábica subiram nesta quinta-feira (31), já que os comerciantes tinham esperança de que os Estados Unidos poderiam isentar o café de sua tarifa comercial de 50% sobre os produtos brasileiros.
Os futuros do café arábica na ICE — bolsa de futuros de commodities em Nova York, vistos como referência global de preços, subiam 1,8%, a US$ 2,9875 por libra-peso, por volta das 10h30 (horário de Brasília), tendo fechado em queda de 1% na última sessão.
O café robusta caía 0,1%, para US$ 3.332 a tonelada métrica, tendo fechado em alta de 1,7% na quarta (30).
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Na quarta-feira, o presidente dos EUA, Donald Trump, impôs a tarifa de 50% ao Brasil para combater o que ele chamou de “caça às bruxas” contra o ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro, mas excluiu alguns setores-chave, como energia e suco de laranja.
O café ainda não foi excluído da tarifa de 50%, aumentando a perspectiva de que o comércio entre o maior produtor de café do mundo e o maior consumidor da commodity possa ser gravemente prejudicado.
Os exportadores de café do Brasil disseram em um comunicado que continuarão a pressionar por isenções. As novas tarifas entrarão em vigor em 6 de agosto, e não na sexta-feira, como originalmente planejado.
“Mais uma semana até que 50% entrem em vigor. A maioria (dos participantes do setor) ainda espera por uma exclusão geral do café. Acho improvável”, disse um trader na Europa.
Espera-se que os preços subam no curto prazo se uma tarifa de 50% for imposta, com uma corrida pelos estoques e uma grande reviravolta nos fluxos de comércio global, já que os suprimentos serão redirecionados para novos destinos.
Os EUA dependem quase que totalmente das importações de café, sendo que as quantidades cultivadas no Havaí e em Porto Rico representam menos de 1% do seu consumo.
O Brasil é responsável por cerca de um terço das importações dos EUA.
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