Agronegócio

Café: futuros indefinidos por dólar e ‘pegamento’, com pouca chance de mudanças

30 out 2019, 15:07 - atualizado em 30 out 2019, 16:23
Mercado em transição: sem volumes disponível no Brasil e safra nova muito longe de uma definição de volume (Imagem: REUTERS/Reese Ewing)

O café vive da curta oferta no interno que as praças têm no disponível, portanto sem liquidez. O mercado olha para 2020 em Nova York (Ice Futures).

“A sensação é de que o ano acabou e não vejo possibilidades de mudanças nos preços praticados em reais e quando os produtores aparecem focam os ‘futurões’, onde já sem tem mais oferta e liquidez”, avalia o CEO da Marus Corretora, Marcus Magalhães.

Mas salvo mudanças muito fortes nas próximas semanas, quando se deverá ter um retrato do ‘pegamento’ nas lavouras, também não deverá haver alterações consideráveis nos preços do mercado futuro, segundo avaliação de Jânio Zeferino, da Agroeasy.

“A próxima safra já está praticamente precificada pelos estoques do Brasil e pelas floradas que tivemos, mas vai depender efetivamente do quanto se terá de pegamento de frutos”, diz.

O fator cambial também estaria pesando a mão, mas também mais no longo prazo. E o dólar no mercado interno tem mais influência nos negócios com café em bolsas do que qualquer outra commodity, dada a participação majoritária do País no balanço de oferta.

Magalhães, da Marus, de Vitória (ES), vê a possibilidade do recuo da divisa americana frente ao real, pelas razões mais potencialmente positivas para a economia pós-reforma previdenciária, por exemplo, “salvo fato novo político, que até agora o presidente (Bolsonaro) tem sabido contornar”.

Abaixo de R$ 4,00 é sinal de alerta para os produtores.

Já Zeferino, CEO da Agroeasy não está vendo muita influência do câmbio tanto no curto prazo quanto futuro.

Ele ainda acha que o café está preso a uma situação conjuntural própria, onde prevalece a oferta maior que a demanda, que está estabilizada.

 

Repórter no Agro Times
Jornalista de muitas redações nacionais e internacionais, sempre em economia, após um improvável debut em ‘cultura e variedades’, no final dos anos de 1970, está estacionado no agronegócio há certo tempo e, no Money Times, desde 2019.
Jornalista de muitas redações nacionais e internacionais, sempre em economia, após um improvável debut em ‘cultura e variedades’, no final dos anos de 1970, está estacionado no agronegócio há certo tempo e, no Money Times, desde 2019.
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