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Café: sem folga na produção para suprir quebra do arábica, robusta dispara

22 jul 2021, 9:53 - atualizado em 22 jul 2021, 9:59
Colheita do café robusta está abaixo do esperado e pontua nos preços junto com a escassez elevada do tipo arábica (Imagem: REUTERS/Amanda Perobelli)

O café robusta já escala acima de 3,30%, a US$ 1,862 mil a tonelada na praça de Londres nesta quinta (às 9h50, de Brasília), engatado há dias nas explosões de preços do arábica. A quebra significativa da safra do arábica indica procura maior pelo primeiro para compor blends mais elevados.

A continuar assim – descontando alguma realização de lucros que deverá haver a qualquer sessão das bolsas dos dois tipos -, as cotações tendem a subir potencialmente.

O mercado já está vendo que não deverá haver café robusta em volume folgado para cobrir as necessidades das torrefadoras.

No Brasil, o segundo maior produtor, com destaque para o Espírito Santo, a safra em colheita agora pode não alcançar as 15,5 milhões de sacas aguardadas, se equiparando a 2019, na avaliação de Luiz Carlos Bastianello, presidente da Cooabriel.

A cooperativa capixaba, a maior do Brasil nessa espécie do grão, não deve alcançar mais as 1,8 milhão de sacas que esperava receber até três quatro meses atrás. “A produção do conilon não atendeu nossas expectativas”, confirma. A estiagem diminui o rendimento.

Como a safra vietnamita, avaliada em 30,9 milhões de sacas, deve crescer pouco, segundo o USDA de maio, a oferta global bem ajustada também está nos preços.

“A situação não é tão simples”, diz o Marcus Magalhães, analista e proprietário da marca MM Cafés, que concorda que a escassez esperada do arábica empurra as cotações do robusta. Além do desbalanço de produção dessa espécie de café canéfora para entrar em maiores quantidades na mistura com o arábica.

A quebra do arábica no maior provedor mundial, potencializada pelas últimas geadas no Norte de São Paulo e Sul de Minas, está orçada entre 30% e 40%.

E os trabalhos desta parte da manhã em Nova York indicam elevação de 8,2% no contrato de setembro, a 190 cents por libra-peso.

Repórter no Agro Times
Jornalista de muitas redações nacionais e internacionais, sempre em economia, após um improvável debut em ‘cultura e variedades’, no final dos anos de 1970, está estacionado no agronegócio há certo tempo e, no Money Times, desde 2019.
Jornalista de muitas redações nacionais e internacionais, sempre em economia, após um improvável debut em ‘cultura e variedades’, no final dos anos de 1970, está estacionado no agronegócio há certo tempo e, no Money Times, desde 2019.
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