Coluna
Opinião

Caio Mesquita: Mais Brasília e menos Brasil

11 nov 2018, 22:32 - atualizado em 11 nov 2018, 22:32

Por Caio Mesquista, CEO da Acta Holding

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“Agora me responda uma coisa. Quem você acha que sustenta tudo? É… e custa caro, muito caro. O SISTEMA é muito maior do que eu pensava. Não é à toa que os traficantes, os policiais e os milicianos matam tanta gente nas favelas. Não é à toa que existem as favelas. Não é à toa que acontecem tantos escândalos em Brasília (…) entra governo, sai governo e a corrupção continua. Pra mudar as coisas, vai demorar muito tempo. O SISTEMA é foda! Ainda vai morrer muito inocente.”
Capitão Nascimento

Terminamos a semana com menos convicção nos nossos mercados.

A Bolsa devolveu parte dos ganhos da semana passada e o dólar deu uma ajustada para cima.

Subvertendo um dos lemas da campanha vitoriosa de Jair Bolsonaro, esta semana foi menos Brasil e mais Brasília.

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Estávamos inebriados pela campanha presidencial. Reafirmados como cidadãos, por um breve período tivemos nossa autoestima elevada, acreditando que finalmente teríamos nossos interesses representados com o novo governo.

Especialmente no caso da vitória de Bolsonaro, após uma campanha essencialmente outsider, feita com pouquíssimos recursos e apoiada nas redes sociais, os seus eleitores sentiam que finalmente tinham a última palavra, a decisão final sobre os seus destinos.

O establishment político, os grandes interesses, a Rede Globo, o tal do “sistema” enfim parecia ter se curvado à vontade popular.

O ápice desse “barato” cívico foi o convite – e o aceite – do juiz-herói Sérgio Moro para a superpasta da Justiça e Segurança Pública.

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Fomos para o feriado de Finados em êxtase. Estava surgindo um novo Brasil. Um país mais verdadeiro, mais honesto, mais trabalhador, mais responsável, mais real.

Mas bastou o presidente eleito pousar em Brasília para lembrarmos do Capitão Nascimento.

Tivemos o (des)prazer de reencontrar as mesmas figuras, falando as mesmas coisas.

Eunícios, Renans e demais voltaram com as caras duras de sempre.

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Enquanto dirigia para casa no fim da tarde de quarta-feira, ouvi pelo rádio trechos do discurso de Renan Calheiros defendendo aguerridamente o aumento da remuneração dos ministros do STF dentro do que O Antagonista classificou como “o golpe de Eunício”.

Renan é a personificação do que há mais de errado – e de mais comum, infelizmente – na política brasileira.

Verborrágico, pernóstico e cínico, o ex-ministro da Justiça de Fernando Henrique Cardoso (que mancha, presidente!) pediu a palavra para dizer que iria “ajudar” a aprovar o aumento salarial dos ministros do Supremo para “não trincar as relações entre os Poderes”.

E ainda: “Dou crédito de absoluta confiança ao presidente do STF, de quem ouvi que vai acabar com o auxílio-moradia e vai retirar outros penduricalhos”.

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Desanimador.

Tudo parecia tão mais fácil nas lives transmitidas do bunker do Bolsonaro…

Mas, mesmo assim, sigo otimista com as nossas perspectivas para os próximos anos.

O Brasil deve passar por um choque de realidade, com reformas e ajustes sendo implementados com o apoio da sociedade.

“Resistimos à invasão dos exércitos; não resistimos à invasão das ideias”, escreveu Victor Hugo.

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Por mais que os zumbis de Brasília resistam, a força da nossa vontade é avassaladora.

Por conta das inevitáveis mudanças a vir, o Felipe está convencido de que estamos no início de um longo e vigoroso bull market. Veja o que ele escreveu no Day One de sexta-feira:

“O case estrutural continua o mesmo. E somente a ele conseguimos nos apegar. Uma coisa é saber da possibilidade de perdas marcadas a mercado no curtíssimo prazo. Outra coisa é ficar tentando tradar isso. De repente, o mercado volta 20 por cento na sua cabeça e você simplesmente perdeu aquilo. Não pega nunca mais. Amarre-se ao mastro e deixe a tempestade passar.”

Até lá, haverá muito ruído, protagonizado pelos Renans de Brasília e amplificado pela imprensa. Haja estômago!

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