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Caixa diz que está tranquila sobre inadimplência e otimista para crédito imobiliário

27 nov 2025, 14:25 - atualizado em 27 nov 2025, 14:25
Concurso público da Caixa Econômica Federal - Imagem: Marcelo Camargo/Agência Brasil
Caixa diz que está tranquila sobre inadimplência e otimista para crédito imobiliário (Imagem: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Caixa Econômica Federal está segura em relação aos seus níveis de provisão para créditos de liquidação duvidosa e tranquila em relação ao comportamento da inadimplência no banco, afirmaram executivos da estatal nesta quinta-feira (27), que também adotaram um tom otimista para o crédito imobiliário após mudanças recentes envolvendo a oferta de recursos para esses financiamentos.

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“A habitação continua sendo e será durante muito tempo, certamente, a nossa grande alavanca”, disse o presidente da Caixa, Carlos Vieira, citando que as últimas mudanças terão um papel muito forte na construção dos fundings. “Isso nos permite vislumbrar algo em torno de R$ 1 trilhão nos próximos dez anos.”

Em meados de outubro, o governo anunciou mudanças nas regras do crédito imobiliário, prevendo uma flexibilização gradual do direcionamento obrigatório dos depósitos nas cadernetas de poupança a essa modalidade de financiamento e também da parcela recolhida compulsoriamente ao Banco Central.

Outra alteração envolvendo o setor foi anunciada na véspera, quando o Conselho Curador do FGTS aprovou medida que permite que quem financiou um imóvel entre 2021 e 2025 use o FGTS para ajudar a pagar o financiamento.

Isso vale para imóveis de até R$ 2,25 milhões e pode ser usado para amortizar, comprar ou abater parte das parcelas.

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Inadimplência

No terceiro trimestre (3T25), o índice de inadimplência acima de 90 dias total da Caixa aumentou para 3,01%, de 2,27% um ano antes e 2,66% três meses antes.

No crédito imobiliário, esse percentual ficou em 1,3%, enquanto em pessoa física subiu a 6,25% e pessoa jurídica atingiu 12,50%. No agronegócio, saltou para 11,20%.

A provisão para créditos de liquidação duvidosa alcançou R$ 5,07 bilhões, um salto de 64,5% ano a ano e de 43,9% no trimestre.

De acordo com a vice-presidente de Risco do banco, Henriete Bernabé, esse aumento na provisão ocorreu principalmente por efeitos relacionados à estratégia da estatal para a implementação da resolução 4.966, que entrou em vigor no começo do ano.

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Entre as mudanças da nova regra está a alteração de como os bancos mensuram as provisões para créditos problemáticos.

O vice-presidente de finanças da Caixa, Marcos Brasiliano, reforçou que o banco está bastante seguro em relação ao volume de provisões, bem como não há problemas estruturais do ponto de vista da dinâmica da inadimplência da instituição.

O executivo destacou que a Caixa não percebe uma crise de renda ou de emprego. “O endividamento das famílias é algo que, de fato, preocupa, mas é muito mais pela taxa de juros no patamar que está do que propriamente pelo volume”, afirmou, ressaltando que o balanço está muito bem protegido.

“Quando começamos a pensar em 2026 enxergamos também uma oportunidade… com uma possível redução da taxa de juros”, completou.

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Agro

Em relação ao agronegócio, os executivos da Caixa afirmaram que o banco passou por um aprendizado, após crescimento rápido da carteira, e que a mitigação de riscos está ocorrendo de várias formas, com separação do “joio do trigo” na decisão das medidas.

“Na relação que houve uma quebra de confiança, a Caixa já começa a ser muito dura”, disse Vieira.

A Caixa já tinha expectativa de crescimento da inadimplência no terceiro trimestre, e isso se confirmou, o que fez aumentar também a provisão nesse segmento, acrescentou a vice-presidente de risco do banco, Henriete Bernabé.

“Olhando o terceiro trimestre, nós já vemos um crescimento maior em agosto e setembro arrefecendo ou entrando num nível de estabilidade”, acrescentando que medidas recentes devem dar “oportunidade de boas renegociações no quarto trimestre”.

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“Acreditamos que os resultados de recuperação de crédito do agro serão bons no quarto trimestre”, acrescentou a executiva.

A carteira do agronegócio somou R$ 61,8 bilhões no terceiro trimestre, de um portfólio de crédito total de R$ 1,3 trilhão da Caixa no período.

Bernabé também destacou que a piora na inadimplência comercial em pessoa jurídica, que se concentra em micro e pequenas empresas, refletiu o comportamento de safras de crédito anterior.

“Nós fizemos ajustes nos nossos modelos de risco, então as safras do ano passado e deste ano já estão com maior qualidade e acreditamos que… já está entrando numa estabilidade”, afirmou, acrescentando ainda que o tamanho dessa carteira também não é tão relevante, então por isso não preocupa. No terceiro trimestre, o portfólio comercial PJ somou R$ 110,8 bilhões.

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A Caixa divulgou resultado na véspera (26), com lucro líquido recorrente de R$ 3,8 bilhões no terceiro trimestre, uma alta de 15,4% em relação ao mesmo período do ano passado.

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A Reuters é uma das mais importantes e respeitadas agências de notícias do mundo. Fundada em 1851, no Reino Unido, por Paul Reuter. Com o tempo, expandiu sua cobertura para notícias gerais, políticas, econômicas e internacionais.
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