Caixa vai investir mais em tecnologia e quer reduzir distância para rivais, afirma presidente do banco

O presidente da Caixa Econômica Federal, Carlos Vieira, afirmou que a instituição não quer mais ser lembrada como um banco antigo e sem modernidade e que, para isso, está ampliando os investimentos em tecnologia para reduzir a distância com os concorrentes. Em entrevista publicada nesta terça-feira (24) no jornal Valor Econômico, Vieira revelou que também aumentou a contratação de funcionários de TI.
“Nós estamos na fase de chamamento de dois mil funcionários de TI, já devemos ter chamado em torno de 70% desse público, e isso tem ajudado muito nas nossas mudanças tecnológicas. No ano passado, pela primeira vez, executamos quase a totalidade do orçamento, e este ano estamos falando em investir R$ 9,5 bilhões”, afirmou.
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De acordo com o presidente, a Caixa sempre investiu muito em hardware e pouco em software e desenvolvimento e que, hoje, a necessidade se impôs e o investimento está voltado na principalidade do cliente, “que ele olhe para os aplicativos da Caixa e comece a tê-los cada vez mais presentes”.
“Vamos começar a buscar a construção [de um super app] nesse segundo semestre e espero lançar no ano que vem. Queremos ter uma entrada única [inclusive para o Caixa Tem]. Percebemos nitidamente as evoluções na tecnologia da Caixa, mas o grande ano de entregas em termos de tecnologia vai ser 2026”, revela o executivo que aposta no novo aplicativo para acabar com a distância para os rivais.
Aplicativo de apostas
A Caixa tem planos de utilizar seus quase 60 anos de experiência com loterias no Brasil para se lançar no mundo das “bets”. Segundo Vieira, o banco ainda está estudando o tema e pode ter o lançamento dessa nova área de negócios apenas para o ano que vem.
“A tributação do banco é de 48%, e nas bets vai sair de 12% para 18%. Arrecadamos no ano passado, com loterias, em torno de R$ 25,5 bilhões, e 48% disso foi tributado. A bet pagar 18% é razoável, não inviabiliza o negócio. A grande questão das bets é o “payout”, ou seja, quanto ela vai pagar de prêmio. Cada uma vai ter de fazer suas contas, dentro das suas precificações”.
Sobre a possibilidade de IPO de unidades de negócios da Caixa, Vieira afirmou que o tema já não está mais em discussão interna no banco. “Temos outra cultura dentro da Caixa”.