Economia

Campos Neto já enxerga corte na taxa Selic à frente após queda nos juros futuros

12 jun 2023, 17:50 - atualizado em 12 jun 2023, 17:50
Roberto Campos Neto
Presidente do BC, Roberto Campos Neto, indica corte na taxa de juros (Foto: Flickr/BC)

O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, disse nesta segunda-feira (12) que a curva futura de juros tem apresentado queda relevante no país.

Com isso, ele indicou, sem especificar o momento, que haverá espaço para corte na taxa básica de juros (Selic) no futuro. Desde agosto de 2022, a Selic está estacionada em 13,75% ao ano.

“A curva de juros futuros tem tido queda relevante. Isso significa que o mercado está dando credibilidade ao que está sendo feito, o que abre espaço para atuação de política monetária à frente”, disse Campos Neto em evento do setor de varejo em São Paulo.

No momento, a opinião majoritária do mercado diz que o movimento de corte no juros básico deve começar a partir de agosto próximo. Segundo o relatório Focus, a taxa Selic deve encerrar este ano em 12,50%.

Inflação

Em sua fala, Campos Neto ainda pontuou que o país provavelmente terá deflação em junho, mas depois o indicador de preços deve subir, fazendo com que a inflação fique entre 4,5% e 5% em 2023.

“As inflações de mercado ainda estão acima da meta, mas estão caindo”, disse. Ao mesmo tempo, ele voltou a afirmar que os núcleos de inflação, que desconsideram preços mais voláteis, no Brasil seguem elevados.

Ao mostrar gráficos com dados de vários países, Campos Neto defendeu que os núcleos de inflação são a “parte mais preocupante” do atual cenário.

“O núcleo de inflação subiu muito, mas está caindo muito lentamente, em especial na América Latina”, disse o presidente do BC. “Vemos lugares onde temos inflação de núcleo rodando ainda muito alto, como Chile e Brasil”, completou.

Campos Neto também citou o impulso dado pela pandemia de Covid-19 à inflação no setor de energia, em função do aumento da produção de bens. Segundo ele, neste aspecto o Brasil apresentou uma melhora por conta da incidência de chuvas.

Com informações de Reuters.

Repórter
Jornalista formado pela Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (ECA-USP), com extensão em jornalismo econômico pela Fundação Getulio Vargas (FGV). Colaborou com Estadão, Band TV, Agência Mural, entre outros.
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Jornalista formado pela Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (ECA-USP), com extensão em jornalismo econômico pela Fundação Getulio Vargas (FGV). Colaborou com Estadão, Band TV, Agência Mural, entre outros.
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