Cana de morte súbita e entressafra longa deixam etanol no modo de alta, se petróleo e Petrobras colaborarem
Seja 540 milhões de toneladas, 550, 560 ou sabe-se lá qual vai ser o volume de cana no Centro-Sul depois da quebra esperada, a safra 21/22 vai ter morte súbita. Quando a maioria das unidades costumam parar na virada de novembro para dezembro, este ano vai de outubro para novembro.
Com tempo seco se arrastando há meses, e geadas, não adianta segurar cana para moer no prazo certo. Não há produtividade e não compensa até relativa melhora da qualidade expressa no total de açúcares recuperáveis (ATR), potencializada pela menor umidade.
Três consultores enxergam a maioria das usinas encerrando os trabalhos em outubro: Luiz Carlos Carvalho, da Canaplan, Ricardo Pinto, da RPA Consultoria, e Willian Hernandez, da FG/Agro.
Desse modo, a entressafra mais longa, praticamente de cinco meses contra três do normal – embora oficialmente as safras de cana vão até final de março -, carrega o etanol no modo alta.
Pelo menos é a tendência, uma vez que com as exportações de açúcar praticamente finalizadas, a menor quantidade de matéria-prima para manter estoques do biocombustível por mais tempo implica em preços mais altos.
Inclusive se a demanda estiver lenta, como costuma ser, sazonalmente, nas férias, além de que a recuperação pré-pandemia do consumo não deverá ser atingida.
Há, contudo, que combinar com o petróleo e com a Petrobras (PETR4), como lembram Carvalho e Pinto.
Definitivamente, o óleo cru mais elevado e a petrolífera estatal não segurando o reajuste da gasolina, dará o impulso final a essa tendência, especialmente para o hidratado.
A expectativa de melhora no consumo global ainda está no monitor, embora embaçado nos últimos dias pelo avanço da variante Delta da covid-19.