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Carne Fraca: Reação do mercado passou do ponto, argumentam analistas

23 mar 2017, 19:20 - atualizado em 05 nov 2017, 14:06

Gado

O meteoro que caiu sobre as empresas do setor frigorífico na última sexta-feira deixou confusos os investidores, clientes, importadores…enfim, todo mundo. A divulgação da Operação Carne Fraca pela Polícia Federal foi considerada hesitante e muitas perguntas ficaram sem respostas. E, na dúvida, as consequências reais começaram a pipocar.

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O governo rapidamente se articulou para defender o setor e reafirmar que o problema era pontual e não generalizado. O esforço do presidente, Michel Temer, e do ministro da Agricultura, Blairo Maggi, contudo, não foi o bastante para afastar as preocupações dos maiores importadores da carne brasileira.

Países como a China, Hong Kong, Egito e Chile, que representam cerca de 50% das importações de carne brasileira, implementaram suspensões temporárias. A grande questão agora, argumentam os analistas do BTG Pactual Thiago Duarte e Vito Ferreira, é sobre o quão longo será esse banimento.

“Nossa intuição é que a posição do Brasil como grande fornecedor (por exemplo, Brasil = 81% das importações de carne bovina do Egito) e a baixa exposição do setor da carne fresca ao escândalo, deve assegurar que estas proibições sejam de curta duração”, explicam os analistas.

Volumes e margens

Um importante ponto ressaltado pelo banco é o fato que o efeito se dará mais do lado dos volumes do que das margens. Os embargos devem forçar as empresas a mudar os locais de produção. Isso irá reduzir os preços, mas o que também irá fazer com que elas comprem menos gado. Ou seja, o valor do boi também deve cair.

“Assim, o impacto seria menos nas margens e mais nos volumes. E uma vez que as exportações de carne bovina representam apenas 20% da produção brasileira de carne bovina, também acreditamos que o mercado doméstico pode não estar tão sobrecarregado como inicialmente se temia”, explicam.

Ou seja, a não ser que essas suspensões durem mais de um ano, a reação do mercado pode ter “passado do ponto”, dizem os analistas.

Fundador do Money Times | Editor
Fundador do Money Times. Antes, foi repórter de O Financista, Editor e colunista de Exame.com, repórter do Brasil Econômico, Invest News e InfoMoney.
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