Carreira com propósito: mulheres que escolhem liderar com autenticidade

O que é sucesso? Ter dinheiro? Poder? Reconhecimento? Talvez tudo isso, sim. Mas, ao olharmos de perto para a trajetória de mulheres que lideram, percebemos algo ainda mais essencial: a liberdade.
Na convivência com colegas que atuam nas mais diversas frentes — do Direito ao empreendedorismo, do setor bancário à vida acadêmica —, o que realmente une mulheres bem-sucedidas não é o currículo impecável nem os títulos acumulados. É o fato de que todas, à sua maneira, exerceram a liberdade como valor inegociável. E é essa liberdade que sustenta, no longo prazo, uma liderança autêntica e transformadora.
Liberdade, aqui, não significa ausência de obstáculos. Ao contrário. É justamente a capacidade de escolher os próprios caminhos — mesmo quando isso exige sacrifícios — que define quem somos como líderes. É optar por equilibrar carreira e maternidade sem pedir desculpas por isso. É recusar o rótulo da mulher “que dá conta de tudo” e, ainda assim, seguir cuidando daquilo que realmente importa.
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Ser mulher e liderar nos mercados jurídico e financeiro vai muito além de simplesmente ocupar cargos de prestígio. Trata-se, antes, de desafiar paradigmas tradicionais e imprimir autenticidade em cada decisão. Não se trata de seguir um roteiro pré-estabelecido de sucesso, mas de escrever novas histórias por meio de escolhas conscientes, firmemente alinhadas aos próprios valores — um caminho que exige coragem, perseverança e, sobretudo, liberdade.
Os números mostram que estamos avançando, mas o ritmo ainda é lento. Segundo uma pesquisa do LinkedIn, até o ano passado, apenas 32% dos cargos de liderança no Brasil eram ocupados por mulheres. Em 2015, quando a pesquisa foi realizada pela primeira vez, esse número era de 28,5%. Ou seja, em uma década, o crescimento foi de apenas 3,5 pontos percentuais — um avanço tímido diante dos desafios enfrentados. Esses dados reforçam a importância de iniciativas que não apenas abram portas, mas sustentem trajetórias femininas em posições estratégicas.
Foi com esse olhar — de que sucesso sem liberdade é incompleto — que organizei a obra Liberdade: substantivo feminino, reunindo vozes femininas de diversas áreas que refletem, cada uma à sua maneira, sobre os caminhos de liberdade e carreira. O livro não busca apenas inspirar, mas provocar uma reflexão real sobre o que é sucesso para as mulheres de hoje. Afinal, quando há liberdade para escolher — inclusive o sacrifício —, há também a possibilidade de liderar com verdade. E é nesse espaço de escolhas conscientes que se constroem não apenas carreiras sólidas, mas, acima de tudo, legados duradouros.