Casas Bahia (BHIA3): Ações sobem mais de 2% com plano que estica dívidas até 2050 e flexibiliza aumento de capital
A Grupo Casas Bahia (BHIA3) deu mais um passo relevante no processo de reorganização de sua estrutura financeira. Em assembleia realizada na última quarta-feira (17), acionistas e debenturistas aprovaram um conjunto de medidas que alonga prazos, reduz a pressão de caixa no curto prazo e amplia a flexibilidade da companhia para reforçar o capital no futuro.
A reação do mercado ao plano é positiva. Por volta de 13h, as ações BHIA3 subiam 2,90%, cotadas a R$ 3,19. No ano, os papéis acumulam ganho de 10,4%. No mesmo horário, o Ibovespa tinha alta de 0,63%, aos 158.318,06 pontos.
O que muda para a Casas Bahia?
Do lado societário, os acionistas deram sinal verde para o aumento do limite de capital autorizado da companhia. Na prática, isso permite que o conselho de administração eleve o capital social do Grupo Casas Bahia para até R$ 13,25 bilhões, sem a necessidade de convocar nova assembleia ou promover alteração no estatuto social.
Esse tipo de autorização é comum em processos de reestruturação e confere mais agilidade à companhia para realizar eventuais aumentos de capital, caso considere necessário reforçar o caixa ou ajustar sua estrutura financeira.
A medida, no entanto, não implica um aumento imediato de capital. Trata-se de uma espécie de “pré-aprovação” dos acionistas, que delegam ao conselho a decisão sobre se haverá ou não uma capitalização, em que volume e sob quais condições, desde que respeitado o teto estabelecido.
Já no campo do endividamento, as mudanças são ainda mais estruturais. Os debenturistas da 10ª emissão aprovaram a alteração do vencimento das debêntures da 1ª e da 3ª série para 28 de novembro de 2050, empurrando o pagamento final dessas dívidas para um horizonte de longo prazo.
Com isso, a empresa reduz de forma relevante os compromissos financeiros concentrados nos próximos anos.
Desde 2023, a Casas Bahia vem passando por um processo de reestruturação que busca reduzir o peso da dívida — uma das principais pedras no sapato do varejo em um ambiente de juros elevados.
Nesse contexto, na última sexta-feira (12), a companhia anunciou a intenção de emitir até R$ 3,9 bilhões em debêntures, reforçando o movimento de mudança da estrutura de capital e de reorganização do passivo.