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Casas Bahia (BHIA3) dispara até 26% com reestruturação de dívida no radar; entenda

06 jun 2025, 11:57 - atualizado em 06 jun 2025, 11:57
casas bahia
As ações da Casas Bahia reagiram positivamente ao movimento para reestruturação de dívidas da companhia (Imagem: Casas Bahia/Divulgação)

As ações da Casas Bahia (BHIA3) abriram o pregão desta sexta-feira (6) em disparada, reagindo ao anúncio de conclusão da negociação com credores para converter parte de sua dívida em ações, movimento que deve reduzir a alavancagem da empresa.

Na máxima do dia, até 11h40, os papéis chegaram a saltar 26%. Por volta deste horário, BHIA3 subia 9,95%, a R$ 4,42. Acompanhe o tempo real.



Conforme anunciado ao mercado, a Casas Bahia pretende antecipar a conversão da 2ª série das debêntures para ações ordinárias, que começaria apenas em outubro deste ano. Com a conversão das debêntures — que nada mais são do que títulos de dívidas emitidos pelas empresas — em ações, a dívida da empresa é transformada em capital próprio, reduzindo o endividamento.

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O movimento representa um grande passo da varejista na busca por uma reestruturação financeira aprofundada. Ao concretizar o plano, a estimativa é de uma queda na dívida bruta para R$ 2,9 bilhões, e na alavancagem para 0,8 vezes.

A alavancagem é medida pela relação dívida líquida sobre o lucro antes dos juros, tributos, depreciação e amortização (Ebitda). Quanto mais elevado o número, maior é o risco financeiro.

O analista Iago Souza, da Genial Investimentos, comenta que a conversão pode ajudar reprecificar o risco de crédito e aliviar a estrutura de capital de Casas Bahia, uma vez reduz substancialmente a dívida líquida da companhia.

Reestruturação financeira da Casas Bahia

A Genial já vinha sondando o impacto desse movimento na varejista, com a expectativa de que acionar a cláusula de conversão das debêntures gerasse um efeito dominó positivo.

Para a casa, esse é um dos eventos de diluição acionária mais relevantes do mercado atual — e pode redefinir completamente a estrutura de capital da Casas Bahia.

Souza, da Genial, pontua que os bancos credores — Bradesco e Banco do Brasil — não se tornarão controladores após a conversão, uma vez que as duas instituições irão vender os papéis para outro nome do setor financeiro (de identidade ainda não revelada), que se tornará o maior acionista da Casas Bahia.

A tese que a Genial tinha anteriormente de follow-on (oferta secundária de ações) para diluição futura dos bancos perdeu força, já que a conversão foi feita de forma mais pulverizada, o que torna a redução de despesas financeiras um pouco mais lenta do que o projetado em nosso cenário.

“Reforçamos que a conversão era, na nossa visão, o caminho mais racional e vantajoso para os credores. A aceleração desse evento sinaliza maior comprometimento com o plano de transformação da companhia”, coloca o analista.

A Casas Bahia também planeja o reperfilamento das debêntures da 1ª série, no valor de R$ 1,67 bilhão, visando postergar a data do primeiro pagamento de juros de novembro de 2026 para novembro de 2027. Para a Genial, esse ajuste dá maior flexibilidade para companhia pavimentar o caminho para geração de caixa ao longo dos próximos 2 anos.

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Repórter
Formada em jornalismo pela Universidade Nove de Julho. Ingressou no Money Times em 2022 e cobre empresas.
lorena.matos@moneytimes.com.br
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