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Caso Guimarães pode ‘trazer’ Tereza Cristina de volta à chapa de Bolsonaro, mas pouco agregaria, dizem lideranças

29 jun 2022, 14:01 - atualizado em 29 jun 2022, 14:13
Nome forte no agro e fraco entre mulheres, Tereza Cristina já foi cogitada para vice de Bolsonaro (Imagem: Flickr/ Guilherme Martimon/MAPA)

O episódio do presidente da Caixa, Pedro Guimarães, investigado por assédio sexual, pode até fazer o presidente voltar atrás e convocar a ex-ministra Tereza Cristina para ser sua vice em outubro. Até ontem, porém, importantes lideranças do agronegócio não estavam convencidos de que ela agregaria à candidatura à reeleição de Jair Bolsonaro.

Dois aspectos que acabaram fortalecendo o convite ao ex-ministro da Defesa Walter Braga Netto, depois da antiga titular do Ministério da Agricultura figurar nas apostas, como chamam a atenção fontes ouvidas por Money Times, que pediram anonimato como é praxe no setor nessas horas.

O principal era de que Tereza Cristina pouco agregaria em atrair o eleitorado feminino, entre as pedras no sapato da reeleição – como os eleitores mais jovens – ao contrário do pensamento do núcleo político do presidente.

“Ela tem um perfil ‘baixo’ em relação ao estilo do presidente, não se expôs como a Damares [Alves, ex-ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos) contra vacinação, questões de gênero e política antiaborto, entre outras, mas não tem visibilidade no universo feminino e nem foi eleita deputada [antes de entrar no governo] pelo voto feminino”, diz uma das lideranças ouvidas, do sexo feminino, de alcance nacional.

Isso até pode mudar com a nova crise armada por Pedro Guimarães, que deve sair da Caixa logo mais, e Bolsonaro abandonar a blindagem militar que ele pensa alcançar com o general Braga Neto na sua chapa, segundo a produtora voltou dizer há pouco, mas ainda acreditando que haveria influência insignificante sobre as mulheres eleitoras.

O outro ponto destacado ‘contra’ a presença de Tereza Cristina de certa forma já foi respondido. Tendo suas bases no agronegócio, setor maciçamente próximo do governo, também pouco influiria em trazer esse eleitorado cativo.

Outra liderança que faz coro ao argumento lembrou que “o agronegócio já é dele [Bolsonaro]”.

O sojicultor, ex-presidente de entidade nacional, recorda, inclusive, o que disse ao Money Times, há alguns dias, ao afirmar também que o governo talvez não aumente os recursos do Plano Safra – a ser divulgado ainda nesta quarta (29) – substancialmente porque não há necessidade de “agradar um eleitorado já dele”.

É outro dilema para Jair Bolsonaro enfrentar.

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Repórter no Agro Times
Jornalista de muitas redações nacionais e internacionais, sempre em economia, após um improvável debut em ‘cultura e variedades’, no final dos anos de 1970, está estacionado no agronegócio há certo tempo e, no Money Times, desde 2019.
Jornalista de muitas redações nacionais e internacionais, sempre em economia, após um improvável debut em ‘cultura e variedades’, no final dos anos de 1970, está estacionado no agronegócio há certo tempo e, no Money Times, desde 2019.
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