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Cautelosa com retomada do setor aéreo, Ágora rebaixa recomendação da Gol para neutra

12 fev 2021, 16:55 - atualizado em 12 fev 2021, 16:55
GOLL4 Gol Linhas Aéreas
Uma pesquisa realizada pela Ágora Investimentos, com o apoio do Bradesco BBI, mostra que os orçamentos das empresas para viagens foram permanentemente cortados em cerca de 24% (Imagem: Divulgação/Gol Linhas Aéreas)

A Ágora Investimentos atualizou o modelo de investimento da Gol (GOLL4), rebaixando a recomendação da ação de compra para neutra após adotar uma visão mais cautelosa em relação ao setor aéreo.

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Embora reconheça que as companhias estão se recuperando dos impactos da Covid-19 e superaram a pior fase da pandemia, a Ágora ainda vê alguns desafios para a indústria.

“As companhias aéreas precisarão enfrentar uma implementação da vacina Covid-19 mais lenta do que o esperado na região e preços de petróleo mais altos”, disse o time de research da corretora. “Este cenário significará que eles precisam aumentar as tarifas aéreas e aumentar a capacidade ao mesmo tempo que a demanda é frágil”.

O rebaixamento da recomendação da Gol para neutra, mesmo rating que a Ágora tem para a Azul (AZUL4), se deve ao valuation pouco atraente. As ações das duas empresas subiram desde novembro de 2020, mas uma retomada mais lenta das viagens, a demora para concluir as vacinações e a recuperação nos preços do petróleo, que podem pressionar as margens, limitaram a visão positiva dos analistas para o curto prazo.

A Ágora, com o apoio do Bradesco BBI, realizou uma pesquisa com as empresas listadas no Brasil, que indicaram a intenção de reduzir as despesas com viagens de negócios.

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“Embora as viagens corporativas possam começar a melhorar gradualmente no segundo trimestre de 2021, nossa pesquisa mostra que os orçamentos para viagens foram permanentemente cortados em cerca de 24%”, comentaram os analistas.

Apesar da recomendação neutra, a Ágora elevou o preço-alvo da ação da Gol de R$ 23 para R$ 25. O preço-alvo da Azul também foi revisado para cima, de R$ 27 para R$ 40, sob uma perspectiva melhor para 2022.

A Gol teve queima de caixa no montante de R$ 1 milhão em janeiro, revertendo a tendência de geração vista em novembro e dezembro de 2020 (Imagem: REUTERS/Rahel Patrass)

Dados operacionais de janeiro

A Gol divulgou ontem à noite um relatório com a atualização dos dados de capacidade, consumo de caixa e liquidez, dessa vez referente a janeiro. A companhia reportou números mais fracos em relação aos meses anteriores, algo que o BTG Pactual (BPAC11) já esperava em razão do aumento dos casos de Covid-19 no Brasil, da espera pela vacinação e do início da baixa temporada.

A companhia teve queima de caixa no montante de R$ 1 milhão no mês passado, revertendo a tendência de geração vista em novembro e dezembro de 2020.

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Em janeiro, a Gol teve expansão mensal de 3% na capacidade de voos diários, que fechou a uma média de 489 voos por dia. A companhia operou 628 voos diários em dias de pico, atendendo clientes que voaram durante as férias de verão.

O número de passageiros transportados atingiu seu maior patamar desde o início da pandemia. A Gol chegou a transportar 93 mil clientes em um único dia.

A receita bruta totalizou R$ 810 milhões. A taxa de ocupação média atingiu 83,2%.

A companhia encerrou o período com um total de 128 aeronaves B737s, sendo oito B737-MAX.

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O BTG manteve a recomendação de compra para o papel da Gol, com preço-alvo para os próximos 12 meses de R$ 31. Diferentemente da Ágora, o banco acredita que o valuation da empresa está barato.

A Gol também tem a seus favor uma menor exposição ao mercado internacional em comparação aos pares e está melhor posicionada para se beneficiar da redução de frotas dos competidores.

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Editora-assistente
Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.
diana.cheng@moneytimes.com.br
Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.