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CBA está barata e ação tem potencial de subir 70% 

23 ago 2021, 13:38 - atualizado em 23 ago 2021, 22:02
CBA
A CBA combina energia renovável de baixo custo, liderança em participação de mercado no Brasil e está muito bem posicionada para tendências globais de descarbonização (Imagem: CBA/Divulgação)

A CBA (Companhia Brasileira de Alumínio) (CBAV3) mal estreou na Bolsa e já chama atenção de analistas. Nada menos que quatro corretoras iniciaram a cobertura das ações da empresa, todas com recomendação de compra: XP, Bank Of America, BTG e Bradesco BBI.

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No geral, os analistas pontuam que a companhia controlada pela Votorantim tem ações baratas Segundo os cálculos do BBI, o papel negocia com um EV/Ebitda (valor da firma sobre Ebitda, que mede o resultado operacional) de 2,6 vezes, um desconto de 40% ante os seus concorrentes globais. 

Na visão da corretora, a CBA combina energia renovável de baixo custo, liderança em participação de mercado no Brasil e está muito bem posicionada para tendências globais de descarbonização.

“A CBA é uma produtora de alumínio totalmente integrada e de baixo custo, com embarques anuais de aproximadamente 400kt (quilotonelada) atualmente. Vemos o estoque como um veículo único para ganhar exposição à mudança estrutural em curso no mercado de alumínio provocada por tendências de carbonização em todo o mundo: a demanda de alumínio está aumentando, enquanto a oferta está se tornando cada vez mais restrita”, afirmam os analistas Thiago Lofiego e Isabella Vasconcelos.

Outro ponto que chama atenção para a empresa é o preço do alumínio, que sobe 30% no acumulado do ano (US$ 2.569 por tonelada) com a demanda global por metais intensificada, especialmente na China.

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“Esperamos que o consumo de alumínio permaneça alto, pelo menos no curto prazo, à medida que os países reabram gradualmente suas economias. Vemos a mudança estrutural para alternativas mais verdes como o principal motivador para o avanço da indústria, uma vez que o metal se destaca como um dos mais ecológicos do planeta e o material mais reciclado dentre os metais industriais, em uma base percentual”, aponta a XP Investimentos. 

A empresa também possui um robusto plano de expansão das suas operações. Entre os destaques está o Projeto Rondon, um greenfield que vai explorar bauxita de alta qualidade a custos competitivos, com capacidade anual de 4,5 milhões de toneladas por ano (mtpa).

“O projeto pode ser uma alternativa para os principais importadores que dependem de abastecimento exclusivo. O projeto de aumento da produção de alumínio (+80ktpa) é outro destaque”, argumenta a XP.

Não bastasse tudo isso, o Bank of America acrescenta que a CBA é um case ESG (Governança Ambiental, Social e Corporativa, em português): sua matriz de energia é 100% renovável e barata.

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“O alumínio é um dos principais metais para um mundo mais verde, dada sua reciclabilidade virtualmente infinita (substituição de plástico) e suas aplicações leves e de eletricidade. A posição de energia da CBA também concede ao alumínio uma das pegadas de carbono mais baixas do mundo, oferecendo “alumínio verde”, potencial de alta de longo prazo relacionado a tese ESG”, observa.

Segundo o BTG, a CBA é uma das empresas mais interessantes sob a sua cobertura, com uma indústria mudando de excesso de oferta e baixos retornos para um formato “estruturalmente mais saudável”.

Riscos para se ter na conta

Ainda segundo o banco, o investidor precisa ficar de olho em alguns riscos, como a valorização do real, preços do alumínio e um potencial racionamento de energia.

Além disso, o Bank of America lembra que a CBA é o primeiro nome de alumínio listado no Brasil. “Portanto, a curva de aprendizado dos investidores pode pesar nas ações no curto prazo”, completa.

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O BBI também afirma que cerca de 50% da demanda de alumínio vem da China, o que é um risco considerável já que a potência asiática dá mostras que está perdendo a força econômica. 

Resultados do segundo trimestre dá mostras de potencial

A CBA, que é controlada pela Votorantim, divulgou o seu primeiro balanço após realizar o seu IPO (Oferta Pública de Ações, em português) com números impressionantes.

O lucro líquido da companhia disparou 1223%, somando R$ 397 milhões, ante os R$ 30 milhões do ano passado.

“O segundo trimestre de 2021 foi marcado pela continuidade do crescimento da demanda global de alumínio, reflexo da recuperação econômica nas principais regiões consumidoras”, disse.

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Já a receita líquida ficou em R$ 1,9 bilhão, elevação de 74%.

Veja a seguir as recomendações

Corretora Recomendação Preço-alvo Potencial
Bank of America Compra R$ 16 45%
Bradesco BBI Compra R$ 19 73%
XP Compra R$ 19 73%
BTG Compra R$ 19 73%

 

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Editor-assistente
Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022, 2023 e 2024. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.
renan.dantas@moneytimes.com.br
Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022, 2023 e 2024. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.