Economia

‘CDI é uma Ferrari, mas Bolsa está barata’, diz estrategista do Itaú; entenda o papel da inflação e do dólar nos investimentos

17 jul 2025, 13:54 - atualizado em 17 jul 2025, 13:54
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'CDI é uma Ferrari, mas Bolsa está barata', diz estrategista do Itaú (Imagem: Montagem Canva Pro)

O estrategista-chefe de investimentos do Itaú Unibanco, Nicholas McCarthy, reforçou a importância de proteger o capital da inflação e defendeu que esse é “o verdadeiro objetivo de qualquer investidor”.

“A coisa mais importante para qualquer pessoa, de qualquer lugar do mundo, é ganhar dinheiro acima da inflação”, afirmou em painel realizado durante o evento Avenue Connection, nesta quinta-feira (17) em São Paulo.

“Se o investidor não conseguir um retorno acima da inflação, está perdendo dinheiro. Ela é o que move os investimentos.”

Segundo McCarthy, para quem vive no Brasil, essa tarefa tem sido relativamente fácil devido aos juros elevados. “O CDI é uma Ferrari”.

A trajetória dos juros

Apesar desse conforto com os juros, Nicholas defendeu que, no longo prazo, ativos de risco tendem a superar o CDI. Na visão dele, a Bolsa brasileira está barata — mas isso, por si só, não garante valorização no curto prazo. O que será determinante, em sua visão, é a trajetória dos juros.

“A Bolsa continua muito barata, mas isso não significa que ela vai subir. Só estou dizendo que, se as pessoas continuarem tendo confiança de que os juros vão cair, e se o dólar continuar sua trajetória de queda, acho que Bolsa no Brasil é um ativo que os investidores deveriam ter um pouco.”

O estrategista-chefe do Itaú avalia que a inflação brasileira está cedendo aos poucos, o que deve abrir espaço para um afrouxamento monetário a partir do ano que vem.

“O Banco Central só terá conforto de cortar os juros se o IPCA de 2026 ficar pelo menos abaixo de 4%, mais próximo da meta de 3%”, afirmou.

Enfraquecimento do dólar: Brasil no radar

Ao comentar sobre o câmbio, McCarthy alertou que a desvalorização do dólar entre janeiro e junho foi uma das maiores dos últimos anos, com tendência de continuidade, ainda que em ritmo menor.

“O dólar ficou parado nos últimos cinco anos, depois de subir de 2010 a 2020. Não acredito que ele perderá o posto de reserva de valor, mas acho sim que ele pode cair de preço.”

Para Nicholas, esse recuo trouxe efeitos positivos para mercados emergentes, como o brasileiro. “Essa queda foi deflacionária para o resto do mundo e inflacionária para os Estados Unidos. Isso fez os estrangeiros voltarem a olhar para o Brasil.”

Apesar disso, McCarthy pontuou que o dólar já passou por vários ciclos ao longo do tempo – e sempre se recuperou.

(Imagem: reprodução/Itaú)

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Jornalista formado pela Universidade Nove de Julho, com MBA em Planejamento Financeiro e Análise de Investimentos. Com passagens pela redação da TV Band, UOL, Suno Notícias e Agência Mural. Também foi líder de conteúdo no time do “Economista Sincero”. Atualmente é repórter no Money Times.
igor.grecco@moneytimes.com.br
Jornalista formado pela Universidade Nove de Julho, com MBA em Planejamento Financeiro e Análise de Investimentos. Com passagens pela redação da TV Band, UOL, Suno Notícias e Agência Mural. Também foi líder de conteúdo no time do “Economista Sincero”. Atualmente é repórter no Money Times.

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