CDI vilão? ‘Juros hiperaltos’ dificultam diversificação, avalia presidente da Anbima
O atual patamar da taxa Selic, considerado “hiperalto” por Carlos André, presidente da Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais), tem tornado mais difícil a aplicação do conceito de diversificação.
Durante o Anbima Global Insights, evento realizado nesta quarta-feira (8) em São Paulo, o executivo disse que investidores precisam redobrar a atenção à internacionalização de seus portfólios, um desafio grande já que o CDI tem oferecido retornos tão atrativos.
“Nesse ambiente de juros, a internacionalização tem perdido espaço no dia a dia. Não tem sido fácil conversar e conseguir convencer o cliente sobre a importância da diversificação”, afirmou.
De acordo com André, tem se tornado cada vez mais necessário adotar períodos mais longos para mostrar resultados consistentes que façam sentido para os investidores e os convençam.
“A gente precisa, cada vez mais, utilizar janelas temporais maiores para apresentar um número que, de fato, faça sentido para o cliente quando a gente quer falar de diversificação e de alocação em ativos de risco”, ressaltou.
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Juros baixos são o caminho
O executivo destacou que o país precisa de um “ambiente macroeconômico favorável”, com taxas de juros mais baixas, para impulsionar a internacionalização de portfólios.
Ainda durante sua fala, o presidente ressaltou que diversificar entre geografias se tornou essencial para todos os investidores, incluindo o varejo, e destacou o papel da Anbima em incentivar essa estratégia.
“Investir no exterior vai além de mitigar riscos. Diversificar entre diferentes geografias é hoje uma necessidade para todo tipo de investidor.”