Internacional

Celso Amorim afirma que Brasil está dobrando a aposta no Brics em meio a ameaça de Trump

28 jul 2025, 16:17 - atualizado em 28 jul 2025, 16:17
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(Imagem: Reuters/Ueslei Marcelino)

Em meio à escalada de tensões com os Estados Unidos, o governo brasileiro deve reforçar sua estratégia de aproximação com o Brics bloco que reúne economias emergentes como Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul e outros.

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A sinalização tem sido notada nas declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva desde a ameaça tarifária e foi reforçada por Celso Amorim, principal assessor de política externa do presidente, em entrevista ao jornal britânico Financial Times.

Durante a cúpula dos Brics, que ocorreu no Brasil, Donald Trump havia ameaçado aplicar tarifas de 10% sobre países “alinhados com as políticas antiamericanas do grupo”.

Poucos dias depois, o presidente americano elevou a aposta e anunciou uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros, além de cobrar o fim do julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro — réu por tentativa de golpe de Estado.

Segundo Amorim, longe de afastar o Brasil, a ofensiva americana tem produzido o efeito contrário. “Esses ataques estão reforçando nossas relações com o Brics, porque queremos relações diversificadas e não depender de um único país”, afirmou ao Financial Times.

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Comércio e diplomacia

O assessor ressaltou que o Brasil continuará buscando ampliar parcerias também com a Europa, a América do Sul e a Ásia.

Amorim aproveitou para cobrar da União Europeia (UE) a ratificação do acordo comercial com o Mercosul, parado há anos, e disse que países como o Canadá têm demonstrado interesse em avançar em negociações comerciais.

Embora a China seja hoje o maior parceiro comercial do Brasil — com US$ 94 bilhões em importações, principalmente de grãos e minérios em 2024 —, Amorim negou que o objetivo seja favorecer Pequim no cenário de tarifas mais altas impostas pelos EUA.

O assessor também destacou que o Brasil quer um Brics forte e capaz de defender uma ordem global multilateral, em contraste com a postura unilateral dos EUA.

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Amorim também acusou Trump de tentar interferir diretamente nos assuntos internos do Brasil em benefício de Bolsonaro, afirmando que “Nem a União Soviética faria algo assim e nem nos tempos coloniais houve algo parecido”.

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Repórter estagiário no Money Times, graduando em jornalismo pela Universidade de São Paulo (USP). Cobre empresas, mercados e agronegócio desde 2024.
gustavo.silva@moneytimes.com.br
Repórter estagiário no Money Times, graduando em jornalismo pela Universidade de São Paulo (USP). Cobre empresas, mercados e agronegócio desde 2024.

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