Cemig (CMIG4): Bradesco BBI eleva recomendação, mas vê potencial de queda nas ações; entenda

O Bradesco BBI revisou sua recomendação para as ações da Cemig (CMIG4), elevando-a de “venda” para “neutra”. A decisão reflete um cenário mais equilibrado entre risco e retorno no valuation atual da companhia, além de um dividend yield considerado atrativo, próximo de 8% ao ano.
Apesar da mudança, o banco manteve o preço-alvo em R$ 10 para o final de 2025, o que representa um potencial de queda frente aos atuais R$ 10,84.
Desde o rebaixamento anterior, feito em março, os papéis da empresa acumularam alta de cerca de 8%, acompanhando o Ibovespa. No entanto, a performance ficou atrás de outras companhias do setor, como Copel e Sabesp.
Segundo os analistas Francisco Navarrete e Ricardo França, a revisão de recomendação tem como base três fatores. Primeiro, o valuation da empresa agora parece mais razoável, com uma taxa interna de retorno real implícita de 10%, em linha com os pares do setor.
Além disso, o dividend yield projetado entre 2025 e 2028 oferece suporte ao preço atual das ações, segundo analistas.
Por fim, eles dizem que a possibilidade de retomada das discussões sobre privatização, mesmo que ainda remota, pode funcionar como um gatilho positivo.
A Assembleia Legislativa de Minas Gerais deve votar em breve a retirada da exigência de referendo popular para a privatização de estatais como Cemig, Copasa e Gasmig.
Embora a venda da Cemig seja considerada improvável, a eventual alienação da Gasmig, subsidiária integral da companhia, pode destravar valor para os acionistas, segundo o Bradesco BBI.
Para o banco, há riscos na exposição da Cemig ao mercado livre de energia. O impacto estimado para o segundo trimestre de 2025 é de R$ 80 milhões, resultado da diferença entre os preços spot das regiões Nordeste e Sudeste.