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Cemig (CMIG4): Euforia com eventual privatização dura pouco

05 out 2022, 17:48 - atualizado em 05 out 2022, 17:49
Romeu Zema
Cemig confirmou que tem interesse em vender participações minoritárias em Santo Antônio e Belo Monte. (Imagem: Facebook)

A queda acumulada em dois dias de mais de 7% das ações da Cemig (CMIG4) é um lembrete de que uma eventual privatização da companhia é um processo complexo e pode não avançar mesmo em uma gestão dita pró-mercado.

Na segunda-feira (5) a empresa disparou 10% na Bolsa embalada pelo otimismo com a reeleição no dia anterior do governador de Minas Gerais (MG), Romeu Zema (Novo). Estatais, no geral, tiveram um bom desempenho no pregão.

O analista da Genial Investimentos, Vitor Sousa, diz ser “cético” quanto a uma desestatização completa da Cemig – que é uma holding com negócios e ativos de distribuição, geração, transmissão, gás, entre outros.

“Uma eventual privatização deve ser preterida em relação à da Copasa (CSMG3) [estatal de saneamento de Minas Gerais], que deve ser muito mais simples em relação a Cemig”, destaca.

Analista da Lumi Research, Leonardo Linhares lembra que a privatização depende também do Legislativo. Ele diz que o processo já “sofreu muita resistência” no parlamento durante o primeiro mandato do Zema.

A pandemia, segundo o analista, também impôs uma agenda que implicou em deixar a desestatização de lado.

Para Linhares, a ação da Cemig não é um mau negócio. “A empresa paga dividendos”, destaca. “Mas há oportunidades melhores na Bolsa”.

O analista da Lumi lembra que é um risco comprar a ação de uma empresa para aproveitar o movimento de alta com a expectativa por privatização.

O analista da Nova Futura Investimentos, Matheus Jaconeli, destaca que outro risco de investir em todo o setor é de que a economia brasileira cresça menos no próximo ano, o que faria com que a população demandasse menos energia elétrica. 

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Efeitos da privatização

Linhares, da Lumi, diz que não vê benefícios na privatização para além dos tradicionais, mas destaca a possível reduz de custos, com “menos funcionários para o mesmo processo”.

Para ele, há duas opções para uma companhia aumentar seu valor de mercado: elevando faturamento ou reduzindo custos.

“Uma empresa que foca em redução de custos e melhorar eficiência vai gerar muito valor aos acionistas”, pontua. Linhares não vê a Cemig aumentando receita.

Sousa, da Genial, prevê que a Cemig venda ativos, como a participação na Taesa (TAEE11), Gasmig e ativos não-estratégicos. Jaconeli, analista da Nova Futura, também cita a venda de participações.

A Cemig confirmou que tem interesse em vender participações minoritárias em Santo Antônio e Belo Monte e que está otimista em fechar um acordo de venda com a Eletrobras (ELET3), segundo o BTG.

Para os analistas do banco, a companhia tem apresentado bons resultados operacionais, com custos sob controle e balanço muito mais leve.

“No entanto, alguns custos, como os relacionados a planos de previdência e saúde, ainda estão minando o potencial da empresa”, pontuou o BTG.

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Editor
Jornalista formado pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), com MBA em finanças pela Estácio. Colaborou com Gazeta do Povo, Estadão, entre outros.
kaype.abreu@moneytimes.com.br
Jornalista formado pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), com MBA em finanças pela Estácio. Colaborou com Gazeta do Povo, Estadão, entre outros.