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Cenário dos EUA permite repasse de custos mesmo com grãos em alta, diz CEO da JBS USA

13 maio 2021, 10:32 - atualizado em 13 maio 2021, 12:02
JBS
Em teleconferência nesta quinta-feira para comentar os resultados do período, o CEO da JBS USA, André Nogueira, ainda ressaltou que a perspectiva é positiva tanto para o segmento de bovinos quanto de suíno (Imagem: YouTube/JBS S.A.)

A JBS (JBSS3) tem conseguido repassar seus custos maiores com grãos para o portfólio de produtos nos Estados Unidos, devido à firme demanda norte-americana que levou o balanço da companhia a lucro recorde de 2 bilhões de reais para um primeiro trimestre em 2021.

“Nossa perspectiva quando olhamos a produção ao longo do ano é bastante favorável, mesmo com esse momento de custos de grãos, conseguimos repassar isso nos preços”, afirmou o CEO da JBS USA, André Nogueira, em teleconferência nesta quinta-feira para comentar os resultados do período.

As operações de carnes da América do Norte responderam por mais de 80% da geração de caixa (Ebitda ajustado) da empresa no primeiro trimestre.

Segundo ele, a retomada do food service que está sendo vista no mercado norte-americano, impulsionando o consumo, também virá na Ásia e na Europa, com o avanço da vacinação contra a Covid-19, “e isso é extremamente ‘bullish’ (altista) para preços”.

Do ponto de vista da exportação partindo da unidade norte-americana, Nogueira lembrou que a peste suína africana na China tem mantido a demanda do país asiático aquecida no mercado de carnes.

Com isso, a expectativa para as operações da JBS USA Pork também é muito favorável e o aumento dos preços do suíno no “spot” não é motivo de preocupação para a companhia, devido a estrutura de compras por “carteira”.

“Temos uma estrutura que não me coloca comprando porco no spot”, acrescentou.

Ele acredita ainda que a rentabilidade do produtor de suínos nos Estados Unidos é bastante favorável, e terá crescimento na segunda metade do ano, impulsionando as cotações do animal. No entanto, essa tendência de alta na matéria-prima também não é motivo de temor para a companhia.

“Vai ser mais um ano forte de margem, temos uma operação muito eficiente”, acrescentou sobre a JBS USA Pork.

Já no Brasil, os custos com grãos têm afetado as margens da Seara, unidade de aves e suínos, porém a empresa está “bem posicionada” nas aquisições dos insumos utilizados na ração e vem apostando na melhora do mix de produtos, disse o presidente da Seara, Wesley Batista Filho.

“O aumento de custos de grãos é global, vamos ter que trabalhar nesse cenário melhorando nossa operação para conseguir trabalhar”, afirmou o executivo.

Ele ressaltou que, mesmo diante da adversidade, a perspectiva de volume de produção para o ano estará em linha com a capacidade produtiva da empresa, que está em expansão.

“Temos várias obras bem adiantadas e vamos ver esse impacto (operacional) mais no começo do ano que vem”, estimou.

“Nosso aumento de capacidade mantemos dentro do cronograma, e confiantes de que vá ter um aumento de volume onde estão os nossos melhores nichos.”

Na véspera, balanço financeiro da JBS mostrou que a Seara teve queda de 5,2% no Ebitda ajustado do primeiro trimestre, para 932,6 milhões, e a margem baixou 5 pontos, para 11,9%, pressionada pelos custos com grãos como o milho. Já a receita subiu 34,4%, a 7,84 bilhões de reais.

O desempenho do Brasil limitou as margens da JBS como um todo, que poderiam ter sido ainda melhores no trimestre.

(Atualizada às 12h02)

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