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Cenário macro agrava, e Safra corta preço-alvo do Ibovespa para 121 mil pontos em 2021

05 out 2021, 16:34 - atualizado em 05 out 2021, 23:36
Ibovespa
O Safra também cortou o preço-alvo do Ibovespa ao fim de 2022 de 162 mil pontos para 144 mil pontos (Imagem: REUTERS/Amanda Perobelli)

O Safra revisou seu preço-alvo para o Ibovespa ao fim de 2021 e 2022 após ajustar as expectativas para um ambiente macroeconômico mais desafiador.

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O novo preço-alvo estipulado pelo banco para o principal índice da Bolsa brasileira é de 121 mil pontos (versus 145 mil antes). A mudança considera os riscos políticos e fiscais, bem como uma queda das expectativas nos indicadores econômicos.

Segundo os analistas, a alta persistente da inflação corrobora com premissas de juros mais elevados do que anteriormente esperado, além de um crescimento econômico menor.

“Esses fatores nos levaram a aumentar premissas de taxa de desconto e reduzir expectativas de crescimento de lucro para os próximos anos, resultando em uma avaliação mais conservadora para a Bolsa brasileira”, explicaram Luis F. Azevedo, Cauê Pinheiro e Silvio Dória, em relatório divulgado nesta terça-feira.

Isso explica por que o Safra também cortou o preço-alvo do Ibovespa ao fim de 2022 de 162 mil pontos para 144 mil pontos.

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“Trabalhamos com uma expectativa de múltiplo mais baixo do que o anteriormente esperado e abaixo da média histórica (11,15 vezes), resultado de um leve incremento de premissas de risco em nossa taxa de desconto e uma leve redução de percepção de crescimento de lucro”, disseram os analistas.

Fatores que empurram o índice para baixo

Alguns pontos explicam a queda das expectativas do Safra para o Ibovespa nos próximos anos.

No cenário internacional, o início da normalização da política monetária nos Estados Unidos e a desaceleração da atividade econômica na China mais rápido que o esperado são fatores que os analistas estão monitorando com atenção.

Um menor crescimento econômico da China tem pressionado as commodities, em especial as metálicas, que representam 44% do LPA (lucro por ação) estimado para o Ibovespa em 2023.

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Do lado de cá, além da inflação mais elevada, que tende a reduzir o consumo, preocupações fiscais e o andamento das reformas no Congresso tornam o ambiente muito incerto e volátil para o Ibovespa.

Crise hídrica: o banco vê como baixa a probabilidade de implementação de um racionamento de energia neste ano (Imagem: Unsplash/César Couto)

A crise hídrica é um risco a ser monitorado, embora o Safra veja como baixa a probabilidade de implementação de um racionamento de energia neste ano.

“Acreditamos que o governo não deverá decretar o racionamento antes de poder analisar se o período de chuvas – que terá início agora ao final do mês de setembro e começo do mês de outubro – foi suficiente ou não para recompor os reservatórios”, comentaram Azevedo, Pinheiro e Dória. “A perspectiva da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) sobre o cenário é de que atinjamos acima de 70% de chuvas no regime de chuvas que se iniciará. Se esse cenário se concretizar, vemos como baixo o risco de racionamento para 2022”.

Setores resistentes

O Ibovespa acumula uma queda de mais de 6% em 2021. Apesar do cenário volátil, alguns setores, por diferentes razões, mostram uma boa performance.

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É o caso de petróleo e gás, que tem se beneficiado da alta dos preços do petróleo. O caso do setor de bens de capital é mais específico: o Safra destacou Embraer (EMBR3), que possui um grande potencial de crescimento com a Eve, e a WEG (WEGE3), cuja performance não foi tão abalada pela pandemia.

O setor de alimentos também é resistente à volatilidade do mercado. As empresas frigoríficas, principalmente, se beneficiaram da desvalorização cambial.

Para o Safra, os setores de telecomunicações, saúde, serviços financeiros e transportes são boas alternativas para uma exposição mais focada em segmentos resilientes e menos sensíveis às oscilações dos mercados, com capacidade para repassar a inflação.

Os setores com maiores descontos são serviços financeiros (com exceção dos bancos), varejo, educação, shoppings e construção.

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“Esses setores foram mais afetados pelos efeitos da pandemia, são mais dependentes de uma recuperação da atividade econômica doméstica e mais sensíveis à abertura vista recentemente na curva de juros”, explicaram os analistas do banco.

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Editora-assistente
Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.
diana.cheng@moneytimes.com.br
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