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CEO da Airbus alerta que 15 mil demissões não são ‘pior cenário’

01 jul 2020, 9:12 - atualizado em 01 jul 2020, 9:12
Airbus
A expectativa atual da Airbus para a recuperação é “o cenário mais provável – é razoável acreditar no que vemos -, mas não é o pior” (Imagem: Facebook/Airbus)

O diretor-presidente da Airbus, Guillaume Faury, alertou que o plano para cortar 15 mil empregos “não é o pior cenário” enfrentado pela empresa em meio à crise do setor de aviação causada pela Covid-19.

A decisão de reduzir a força de trabalho global em 11% tem como base a expectativa do ritmo mais provável de recuperação do mercado, disse o CEO da fabricante de aviões.

Isso pressupõe que o tráfego aéreo doméstico aumentaria significativamente até o fim de 2020, enquanto voos de longo curso se recuperariam até meados de 2021.

Caso esse cenário não se concretize, a fabricante terá que revisar os planos, disse Faury em entrevista por telefone.

Se houver uma segunda onda de Covid-19 que atinja companhias aéreas em um grau semelhante ao do primeiro semestre de 2020, “teríamos que nos adaptar novamente”, disse.

A expectativa atual da Airbus para a recuperação é “o cenário mais provável – é razoável acreditar no que vemos -, mas não é o pior”.

O número de cortes de empregos é o maior realizado pela empresa desde a fundação da fabricante de aviões europeia e supera o que sindicatos e funcionários esperavam.

No entanto, o alerta de Faury sinaliza mais dificuldades à frente no caso de uma segunda onda do vírus, algo visto com uma probabilidade cada vez maior já que os casos, principalmente nos EUA, continuam a aumentar ao mesmo tempo em que países reabrem suas economias e fronteiras.

Na terça-feira, a Airbus disse que a empresa vai eliminar mais de 10 mil posições em suas principais bases na Alemanha e na França.

Faury disse que a produção do grupo será 40% menor do que o esperado por dois anos devido à forte queda da demanda por aeronaves. A empresa já havia alertado anteriormente que está queimando caixa.

Cerca de 1,7 mil empregos devem ser eliminados no Reino Unido, 900 na Espanha e cerca de 1,3 mil em outros países até meados de 2021. Medidas voluntárias, como aposentadoria antecipada, serão a parte principal do processo, com demissões mandatórias como “último recurso”, disse Faury.

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