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CEO da BR Partners (BRBI11) não vê Brasil virando Venezuela ou Argentina com PT, mas critica aumento de gastos

07 dez 2022, 12:15 - atualizado em 07 dez 2022, 12:15

O CEO de um dos maiores bancos de investimentos do Brasil, a BR Partners (BRBI11), está pouco otimista com a economia, apesar de exaltar o funcionamento das instituições democráticas.

Em entrevista ao Money Times, Ricardo Lacerda diz que o país deverá ter um 2023 de menor atividade econômica, com a elevação dos gastos públicos forçando a taxa básica de juros e a inflação.

“Não imaginamos um cenário de recessão ou algo mais crítico, mas vamos ver um cenário de crescimento baixo”, coloca.

Em sua visão, em 2022, o país conseguiu passar pelo pleito mais disputado da sua história sem maiores problemas, apesar de acusações de fraudes que não prosperaram.

“Os sinais que vêm são positivos no sentido de que o Brasil é um país de instituições fortes. Congresso funciona, judiciário funciona, sistema eleitoral funciona. Isso representa segurança para aqueles que se preocupam com grandes viradas de mesa ou com o Brasil se tornar uma Venezuela ou uma Argentina. Eu não enxergo isso. O Brasil será mais Brasil, e aquele Brasil que acompanhamos ao longo das últimas décadas. Com estado grande, ineficiente, limitando o crescimento”, discorre.

Veja a entrevista completa:

 Elevação de gastos

Segundo Lacerda, o país deverá passar por mudanças, com a agenda liberal de corte de gastos e enxugamento de gastos sendo substituída.

“As prioridades do próximo governo são de gastos sociais. Foi eleito com essa plataforma, é legitimo, mas agora é preciso ver de onde sairá o dinheiro”, discorre.

Na noite da última terça-feira, senadores na Comissão de Constituição e Justiça aprovaram o texto que retira R$ 168 bilhões por ano, em 2023 e 2024, do teto de gastos. O valor é menor que os R$ 198 bilhões previstos inicialmente.

Oportunidades para a BR Partners

Para Lacerda, as oportunidades não estarão necessariamente nos mesmos setores dos últimos cinco anos, mas elas existem.

Uma delas, por exemplo, é a agenda verde, que ganhou visibilidade nos últimos anos e hoje é uma das principais tendências entre investidores estrangeiros.

“O Brasil está em uma posição privilegiada e não utilizamos isso com todo o potencial. Estamos vendo uma corrida para o uso sustentável dos recursos, como, por exemplo, o uso de energia sustentável”, coloca Vinicius Carmona, diretor de RI da BR Partners.

Outro setor que o banco está de olho é o de infraestrutura.

“Existem oportunidades em diversos setores, desde portos até rodovias. Inclusive, existem agendas liberais em alguns estados que devem buscar a eficiência por meio de privatizações no setor de energia ou saneamento”, completa.

Veja a entrevista completa:

Editor-assistente
Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os 50 jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022 e 2023. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.
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Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os 50 jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022 e 2023. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.
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