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Gerdau (GGBR4): “Tema de energia hoje é uma de nossas maiores frustrações”

10 set 2025, 18:27 - atualizado em 10 set 2025, 18:27
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(Imagem: Facebook/Gerdau)

O tema da energia é uma das “maiores frustrações” do CEO da Gerdau (GGBR4), ​Gustavo Werneck. As falas, feitas nesta quarta-feira (10), foram em relação ao fato de a companhia vir sofrendo cortes de geração em um parque solar em Minas Gerais de cerca de 70%.

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Os chamados “curtailment”, um dos principais problemas do setor elétrico brasileiro, acontece por limitações impostas pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) às usinas eólicas e solares, por razões operativas como gargalos na rede de transmissão de energia e outros fatores.

Eles impõem prejuízos financeiros milionários às geradoras, mas também têm atingido os chamados autoprodutores, como a Gerdau, que opera o parque solar Arinos, localizado na cidade de mesmo nome de Minas Gerais, em parceria com a Newave Energia. O complexo, inaugurado em meados deste ano, contou com investimentos de R$1,5 bilhão.

“Na energia solar, colocamos mais de R$1,5 bilhão nos últimos anos em parques solares, tem um parque no interior de Minas com mais de 750 mil painéis solares, aloco o capital, busco dinheiro… aí vem o operador do sistema e começa a cortar meus parques”, disse Werneck, durante apresentação no Neosummit COP30, realizado nesta quarta-feira em São Paulo.

Segundo ele, o parque está “operando com curtailment de 70%”.

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“Tenho dificuldade de entender por que o Brasil no momento está despachando térmica a carvão e a gente não consegue operar os parques nossos totalmente renováveis”, afirmou.

Para o executivo, a situação espelha que uma das “grandes dores de cabeça que o industrial, que o empresário do Brasil segue tendo, é o tema de energia”.

Ele comentou também que a Gerdau fez “grande investimento” para produzir todos os aços necessários para a indústria de energia eólica, da base do aerogerador até o eixo principal, e agora “esta indústria acabou”, referindo-se aos produtores de equipamentos que deixaram o Brasil.

Ele citou também o preço do gás do Brasil, que tira a competitividade da indústria siderúrgica brasileira.

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“O gás natural, que é o insumo mais relevante para trazer competitividade para indústria brasileira para descarbonizar, continua com preço absurdo”, afirmou, citando que a empresa, que opera há mais de 30 anos nos Estados Unidos, paga US$3 por milhões de BTU lá, enquanto no Brasil o custo é de US$16.

Procurada, a Gerdau afirmou que o executivo comentava sobre a operação em Arinos, ao falar dos cortes de geração. A empresa não comentou imediatamente sobre os prejuízos devido à determinação do operador nacional do sistema elétrico.

O ONS não comentou o tema imediatamente.

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A Reuters é uma das mais importantes e respeitadas agências de notícias do mundo. Fundada em 1851, no Reino Unido, por Paul Reuter. Com o tempo, expandiu sua cobertura para notícias gerais, políticas, econômicas e internacionais.
reuters@moneytimes.com.br
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