BTG Pactual (BPAC11): “Gosto do fundamento, mas não ignoro a análise técnica”, diz CEO

Durante a Copa BTG Trader, que aconteceu nesta sexta-feira (17) em São Paulo, Roberto Sallouti, CEO do banco organizador do evento, falou sobre o mercado trading — e suas preferências quando o assunto são operações.
“Eu acredito nos fundamentos, mas não ignoro a análise técnica. O mercado técnico, com o crescimento dos algoritmos, pode nos mostrar muita coisa. Pontos de entrada, pontos de resistência, pontos de suporte. Eu gosto de combinar fundamentos com bons pontos técnicos”, diz o CEO.
Hoje no cargo de diretor-executivo do BTG Pactual, Sallouti, em seu início de carreira, operava mercados — o que, segundo ele, o moldou.
“Eu tive a oportunidade de conhecer os mercados e de entender como ele funciona. Operar é como empreender todos os dias. Você precisa absorver informações, traçar seu cenário e decidir como você vai se posicionar”, fala o CEO.
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Segundo Sallouti, começar a sua carreira no trading foi importante também para que ele “adquirisse a característica mais importante da sua carreira”.
“O mercado te deixa humilde muito rapidamente. Nós estamos sempre errados. Você tem que engolir o seu orgulho e stopar sua posição frequentemente”, diz. “E nós, agora em uma empresa, também estamos sempre errando. Aprender a corrigir rotas é essencial”.
Volatilidade traz oportunidades
Sallouti também comentou sobre como fez parte da sua carreira operando em crises. Para ele, para além dos riscos, esses momentos trazem oportunidades.
“Quando uma crise começa, os preços ficam distorcidos. A primeira coisa a se fazer é usar a volatilidade a seu favor. Por mais que você tenha um prejuízo inicial, é necessário adequar-se à volatilidade esperada”, comenta. “É necessário pensar com a cabeça fria, agir rápido, e não fazer gestão de stop. Quando você para de administrar stops é quando você aproveita as crises”.
E, no cenário macroeconômico, a visão do CEO do BTG Pactual é de que os próximos anos continuarão sendo muito voláteis. Entre os fatores que embasam a sua visão, estão, por exemplo, o fato de o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ser pouco previsível, além dos cenários eleitoral e fiscal brasileiros.
“Quanto aos Estados Unidos, é preciso ter na mente que o principal mercado do mundo continuará a ser volátil por conta de como o Trump é. A personalidade dele não vai mudar”, disse. “No Brasil, temos eleições. Em 2027, como já foi dito por integrantes do governo e da oposição, teremos que revisitar o arcabouço fiscal”.
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Os dois fatores, somados à questão do crédito norte-americano recente, devem manter o mercado brasileiro um pouco estressado.
“Achei desproporcional a reação do mercado de ontem a respeito de uma inadimplência de US$ 50 milhões. Mas isso mostra como o mercado está sensível”, avalia.