BusinessTimes

CEO do maior banco da Dinamarca fornece e-mail para boas ideias

24 jul 2019, 15:34 - atualizado em 26 maio 2020, 15:51
Cerca de um ano e meio depois do Danske ser punido pelo regulador financeiro por uma cultura que desestimulava os funcionários a expressarem suas opiniões, o banco decidiu adotar a transparência (Imagem: Ingrid Morales/Bloomberg)

O novo presidente do Danske Bank diz que qualquer pessoa com boas ideias sobre como administrar a instituição pode entrar em contato com ele.

Cerca de um ano e meio depois do Danske ser punido pelo regulador financeiro por uma cultura que desestimulava os funcionários a expressarem suas opiniões, o banco decidiu adotar a transparência.

Chris Vogelzang, um ex-banqueiro do ABN Amro que assumiu o posto de CEO do Danske no mês passado, diz que gostaria de receber diretamente as ideias de investidores e funcionários.

“Estamos tentando ser o mais transparentes possível”, disse Vogelzang em entrevista. “Quero que todos no banco possam falar caso acreditem que as coisas podem melhorar.”

O executivo diz que forneceu seus dados de contato à equipe e a outras pessoas em toda a Escandinávia, “para que as pessoas possam me enviar e-mails sobre o que acham que deveria acontecer .

Um banqueiro do setor de varejo que ajudou a encaminhar o ABN Amro depois de o banco ter sido resgatado pelo estado holandês, Vogelzang foi contratado para ajudar o maior banco da Dinamarca a lidar com as consequências de um esquema de lavagem de dinheiro de US$ 230 bilhões que eclodiu no ano passado.

Maior banco da Dinamarca está envolvido em esquema de lavagem de dinheiro que bate e a cifra de US$ 230 bilhões (Imagem: Reuters)

O caso acabou com a carreira do então CEO do Danske, Thomas Borgen, que agora enfrenta, com outros vários ex-executivos, acusações criminais preliminares.

A Autoridade de Supervisão Financeira da Dinamarca disse no ano passado que a cultura “ágil e eficiente” do Danske provavelmente contribuiu para um escândalo tão devastador.

Sob o antigo alto comando do banco, a ideia era “resolver problemas em um nível mais baixo, em vez de chamar a atenção das pessoas em níveis superiores”, disse o diretor-geral da agência, Jesper Berg, em maio de 2018. “Obviamente, isso revela um problema em termos de cultura.”

O escândalo de lavagem de dinheiro, que se concentrou nas operações do Danske na Estônia entre 2007 e 2015, surpreendeu os investidores, o público em geral e o “establishment” político da Dinamarca.

As ações do banco caíram cerca de 60% – uma perda de US$ 20 bilhões em valor de mercado – desde o início do ano passado, enquanto os acionistas se preparam para multas que podem ficar na casa dos bilhões de dólares.

bloomberg@moneytimes.com.br