CEO do Santander responde como chegará à rentabilidade de 20%; ‘vamos trabalhar para não depender da queda da Selic’

O balanço do segundo trimestre de 2025 (2T25) do Santander (SANB11) mostrou uma melhora da rentabilidade do banco, que ficou em 16,4% no intervalo encerrado em junho. Contudo, o número ainda está distante da meta de 20% da instituição.
Para Mário Leão, CEO do Santander Brasil, a pedra no sapato continua sendo a taxa básica de juros bastante elevada. A Selic, vale lembrar, está em 15% ao ano, o patamar mais alto em quase 20 anos.
“O grupo Santander tem falado em buscar uma rentabilidade de 20% como um todo, tem setores que já atingiram e outros que ainda estão nesse caminho. E é verdade que o grupo olha de perto a taxa de juros do Brasil”, comenta.
“É óbvio que uma Selic mais alta torna esse objetivo mais distante porque quanto maior a taxa de juros, mais alto é o custo de carrego do portfólio de títulos”, diz Leão.
Ele explica que a agenda de busca por uma maior eficiência é a chave para aumentar a rentabilidade do banco. “A gente vai trabalhar para não depender da queda da Selic para aumentar a rentabilidade por meio do aumento da eficiência que eu venho defendendo nos últimos trimestres”.
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De acordo com o release de resultados do Santander, a transformação digital tem permitido otimizar o número de agências e maximizar a produtividade.
“Com isso, atingimos o melhor índice de eficiência dos últimos 3 anos e ainda vemos espaço significativo de evolução nos próximos períodos”, diz o documento, que aponta um índice de eficiência de 36,8% — uma queda de 2,5 pontos percentuais em relação ao mesmo período do ano passado.
Provisões do Santander (SANB11)
Outro ponto que chamou a atenção dos analistas foi o crescimento das provisões para devedores duvidosos (PDD) cresceu 16,4% em 12 meses, para US$ 6,862 bilhões.
Olhando na linha de provisões para recuperação de crédito, houve um crescimento de 21,8% em relação ao segundo trimestre de 2024.
Para Gustavo Alejo, CFO do Santander, os sucessivos pedidos de recuperação judicial de empresas, em especial do agro, têm impactado o chamado “estágio 3” da resolução 4.966 do Conselho Monetário Nacional (CMN).
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“Por outro lado, as carteiras de varejo, pessoa física e financeiras estão performando bem. A gente acompanha bem de perto a cobertura por estágio (de recuperação de crédito)”, diz.
O estágio 3 refere-se à classificação de entidades em situação de inadimplência ou com problemas significativos de recuperação de crédito. Nesses casos, a provisão para perdas esperadas deve cobrir integralmente as perdas que se espera que ocorram.
Já para Leão, CEO do Santander, o banco opera com uma política de acordos cada vez mais restritiva. “A gente não faz acordo de pessoa física ou jurídica que não tenha algum componente de caixa”.
Ele afirma que o banco quer um portfólio cada vez mais “livre de risco”, o que explica uma tentativa de melhora no mix de carteiras por renda. O Santander ainda caminha para penetrar no público de alta renda, enquanto o de renda mais baixa continua predominante.