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CEO do TikTok pede demissão após veto de Trump

27 ago 2020, 14:13 - atualizado em 27 ago 2020, 14:19
Donald Trump
O governo Trump proibiu entidades norte-americanas de fazer negócio com o TikTok e determinou que a operação fosse vendida nos EUA (Imagem: Reuters/Carlos Barria)

Kevin Mayer, CEO do TikTok, pediu demissão poucos meses depois de assumir o comando do aplicativo que viraliza vídeos de curta duração. Ele se afastou da linha de fogo do governo do presidente americano Donald Trump, que está de olho na operação controlada pela chinesa ByteDance.

Mayer comunicou sua decisão aos funcionários em um memorando interno e uma porta-voz da empresa confirmou sua renúncia. Vanessa Pappas, atual gerente-geral do cobiçado serviço internacional da ByteDance, ocupará o lugar dele.

A partida de Mayer intensifica a turbulência dentro da maior startup do mundo, que luta contra a venda forçada da operação nos EUA, possíveis restrições no Reino Unido e sua proibição total na Índia, maior mercado do TikTok. A ByteDance nomeou Mayer em maio para tentar suavizar as relações com Washington em questões relativas à segurança nacional, se esforçando para emplacar a narrativa de que o TikTok opera como entidade separada da matriz localizada em Pequim.

Poucos meses depois da chegada do executivo, o governo Trump proibiu entidades dos EUA de fazer negócio com o aplicativo e determinou que a operação fosse vendida. Esse veto iminente injetou o TikTok no centro das tensões entre Pequim e Washington, que aplicou sanções contra diversas gigantes chinesas, como Tencent Holdings e Huawei Technologies.

“Nas últimas semanas, com a grande mudança no ambiente político, fiz uma reflexão significativa sobre o que as mudanças corporativas estruturais vão exigir e o que isso significa para o papel global que aceitei”, escreveu Mayer no memorando interno obtido pela Bloomberg News. “Entendo que o papel que aceitei — incluindo administrar o TikTok globalmente — será muito diferente como resultado da ação do governo dos EUA de fazer pressão pela venda do negócio nos EUA.”

TikTok, Aplicativo, Redes Sociais
A partida de Kevin Mayer intensifica a turbulência dentro da maior startup do mundo, que luta contra a venda forçada da operação nos EUA, possíveis restrições no Reino Unido e sua proibição total na Índia (Imagem: Unsplash/@solenfeyissa)

O executivo deixou um dos principais cargos na The Walt Disney para se juntar ao TikTok. Durante mais de uma década, ele ajudou a maior companhia mundial de entretenimento a traçar estratégias e expandir a gama de produtos e serviços ofertados. Ele elaborou a justificativa para a aquisição de Pixar Animation Studios, Marvel Entertainment, Lucasfilm e dos ativos de entretenimento da Twenty-First Century Fox por US$ 71 bilhões em março. Um representante da Casa Branca não respondeu a um pedido de comentário da reportagem sobre a saída de Mayer, que foi noticiada primeiramente pelo Financial Times.

Mayer “tentou se reposicionar para surfar a onda do conteúdo mobile”, disse Rich Greenfield, da LightShed. “Infelizmente, o governo Trump parece ter inviabilizado isso.”

A permanência de Mayer no cargo foi questionada por semanas. Contratado para administrar as operações globais do TikTok, o executivo se viu envolvido na provável dissolução do negócio. A Microsoft confirmou negociações para comprar as operações do TikTok nos EUA, Canadá, Austrália e Nova Zelândia, enquanto a Oracle também considera um lance, segundo reportagens anteriores da Bloomberg News. Grandes firmas de venture capital e private equity, incluindo Sequoia Capital e General Atlantic, têm bilhões de dólares em jogo e agora estão em busca do melhor acordo.

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