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CEOs atuam como ativistas pró-vacina para reabrir escritórios

15 mar 2021, 12:27 - atualizado em 15 mar 2021, 12:27
As fabricantes de iogurte Chobani e Danone oferecem até seis horas remuneradas (Imagem: Unsplash/@youxventures)

Alguns CEOs estão tão ansiosos que seus funcionários sejam vacinados contra a Covid-19 que começaram a oferecer folga ou incentivos em dinheiro para que sejam imunizados.

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Nos Estados Unidos, na varejista Lidl funcionários recebem US$ 200, enquanto Aldi, Dollar General e Trader Joe’s oferecem horas extras de pagamento. Na empresa de entrega de mantimentos online Instacart, há um incentivo de US$ 25 para que trabalhadores e terceirizados sejam vacinados.

As fabricantes de iogurte Chobani e Danone oferecem até seis horas remuneradas. A Danone diz que também vai cobrir o custo da vacinação em países onde os imunizantes não são gratuitos.

Outras empresas adotam uma linha mais dura. A empresa britânica de canalização Pimlico Plumbers planeja uma política “sem vacina, sem emprego” para novos funcionários. A United Airlines quer tornar a vacinação obrigatória, o que preocupa sindicatos.

Muitos presidentes de empresas se consideram líderes da batalha contra a pandemia, que matou mais de 2,6 milhões de pessoas. Executivos tentam combater a rejeição às vacinas, que é forte em países como EUA, França e Rússia.

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Para alguns, há também uma motivação mais pragmática: a vacinação facilitará o retorno aos escritórios depois de um ano de trabalho remoto, o que afetou a cultura corporativa e gerou uma nova epidemia de fadiga do Zoom.

Obstáculos legais

A legalidade sobre a exigência para que clientes e trabalhadores sejam vacinados varia de país para país. Em muitos estados dos EUA, um empregador pode demitir por qualquer motivo legal, o que pode incluir a recusa em cumprir uma ordem de tomar a vacina.

No momento, menos de 1% das empresas nos EUA exigem vacinação contra a Covid para todos os funcionários, e apenas 6% dizem que planejam obrigar a equipe a se vacinar quando os imunizantes estiverem prontamente disponíveis, segundo pesquisa com 1,8 mil advogados internos, funcionários de recursos humanos e executivos realizada pelo escritório de advocacia trabalhista Littler Mendelson.

Em países onde a proteção ao emprego é mais forte, autoridades tentam evitar o problema. O governo do Reino Unido disse que depende das empresas determinarem políticas de imunização para a força de trabalho, mas companhias que insistirem na vacinação seriam discriminatórias.

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Para não serem arrastados para disputas em tribunais, muitos CEOs têm optado pela persuasão em vez da obrigação. A eficácia da campanha será fundamental para reabrir a economia global, incluindo escritórios.

Combatendo medos

O diretor-presidente da Unilever, Alan Jope, disse que envia cartas semanais aos 150 mil funcionários da empresa pedindo-lhes que se vacinem quando possível, e convidou o médico da empresa a promover a vacinação em reuniões virtuais quinzenais, quando cerca de 14 mil trabalhadores se conectam.

“Não queremos que a antivacinação ou hesitação em relação à vacina façam parte da cultura da Unilever, e é muito útil que ouçam alguém em quem confiam, que é uma autoridade médica, e usaremos essa plataforma para responder às perguntas das pessoas e defender as vacinas”, disse Jope em entrevista.

A Budweiser, controlada pela Anheuser-Busch, decidiu não veicular um comercial durante o Super Bowl pela primeira vez em 40 anos e, em vez disso, alocou esses gastos para as campanhas pró-vacinação. As imunizações vão “libertar as pessoas”, disse o CEO Carlos Brito em entrevista.

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bloomberg@moneytimes.com.br