Cepacs da Faria Lima: Leilão movimenta R$ 1,668 bi com 57% da oferta vendida

O leilão de Certificados de Potencial Adicional de Construção (Cepacs) da Operação Urbana Consorciada Faria Lima, realizado nesta terça-feira (19) na B3, terminou com a venda de 94,8 mil títulos — o equivalente a 57,6% da oferta total de 164,5 mil unidades. A operação arrecadou R$ 1,668 bilhão.
O preço médio dos certificados ficou em R$ 17,6 mil, sem ágio em relação ao valor mínimo estipulado. Apesar de apostas de que o certame poderia ser bastante disputado, o resultado confirmou a avaliação de especialistas de que o valor de partida já era elevado e não havia espaço para prêmio adicional.
Durante os cerca de 15 minutos de leilão, foram registradas ofertas de até R$ 45 mil por título e também lances simbólicos de R$ 0,15, mas o preço acabou estacionando no valor de abertura.
Os recursos obtidos serão destinados principalmente a investimentos em habitação popular, infraestrutura urbana e construção de equipamentos públicos no Complexo Paraisópolis e em outras comunidades do perímetro da operação.
Esta foi a sexta — e uma das últimas — distribuições de Cepacs da Faria Lima. Sozinho, o certame representou cerca de 75% do estoque autorizado de 218,5 mil títulos. A Prefeitura já anunciou que realizará um segundo leilão dessa mesma leva.
Entre as corretoras participantes, a Ágora foi a maior compradora, adquirindo 3,6 mil títulos. A identidade dos investidores finais, entretanto, não foi divulgada.
O leilão chegou a ser ameaçado de adiamento por conta de uma liminar que suspendia trecho da revisão da lei da Operação Urbana, aprovada em 2024, que concede bônus de 30% na conversão dos títulos em áreas localizadas próximas a eixos de transporte. A Justiça paulista, no entanto, reverteu a decisão e liberou a realização do certame na véspera.
Criados em 1995 e reformulados em 2004, os Cepacs da Faria Lima já financiaram obras como o túnel Fernando Vieira de Mello, a reconversão do Largo da Batata e a construção de moradias no Real Parque. Em 2024, a operação foi expandida para incluir o Complexo Paraisópolis, ampliando seu perímetro para 650 hectares e adicionando 250 mil m² de potencial construtivo.
*Com informações do Broadcast