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CFO da Cemig (CMIG4) fala da venda de ativos e da captação via debêntures incentivadas: “Estamos com espaço para fazer investimentos corretos”

03 dez 2025, 7:05 - atualizado em 02 dez 2025, 14:27
Andrea Marques de Almeida, Petrobras, Vale, Santander
(Imagem: Guilherme Dardanhan/ALMG)

Os últimos meses foram turbulentos para quem investe em debêntures incentivadas. A possibilidade de tributação levou a uma corrida pelos títulos, hoje isentos de imposto de renda, comprimindo retornos. A Cemig (CMIG4), porém, aproveitou o apetite crescente dos investidores para reforçar seu caixa.

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Duas semanas atrás, a companhia de energia de Minas Gerais concluiu uma captação de R$ 4 bilhões — a maior de sua história.

“Nós nos beneficiamos da demanda. O mercado de debêntures se tornou a forma mais barata de captar, oferecendo prazos maiores. Estamos no meio de um plano de investimento longo e, com isso, aproveitamos também para alongar nossa dívida”, afirma a diretora financeira (CFO) Andrea Almeida, em entrevista ao Money Times.

As declarações foram feitas durante o Prêmio Equilibrista, organizado pelo Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças de São Paulo (IBEF-SP), em que Andrea concorreu ao título de CFO do ano.

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A emissão da Cemig foi tão demandada que saiu a MDM -55, ou seja, 55 pontos-base abaixo do CDI. Trata-se de algo raro, já que empresas normalmente pagam um prêmio acima do título de curto prazo.

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A Cemig, segundo a CFO, acompanha de perto o debate sobre o possível fim das debêntures incentivadas. A MP 1.303 chegou a prever a taxação dos papéis, mas o Congresso deu sinais de que o texto não avançaria, e o governo recuou (mas, segundo as últimas notícias, não desistiu).

“Se a taxação for aprovada, todo o setor perderá. As companhias de infraestrutura precisam muito de investimento”, afirma Almeida.

A executiva destaca, além disso, que o bom momento da Cemig também contribuiu para as emissões favoráveis.

“A maior parte dos nossos investimentos está no setor regulado, principalmente distribuição e transmissão. Com isso, conseguimos retorno via Receita Anual Permitida (RAP). É um setor estável, que atrai investimento.”

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A estatal mineira também passou por um processo de reestruturação. “Fizemos um turnaround. Vendemos ativos que não deveriam ter sido comprados e agora estamos em um momento muito bom. Nossa alavancagem fechou em 1,77x Dívida Líquida/Ebitda”, diz a executiva. “Agora estamos com espaço para fazer investimentos corretos.”

A Cemig prevê investir R$ 39,2 bilhões entre 2025 e 2029. Em Minas Gerais especificamente, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) já tem dois editais abertos para 2026, incluindo uma nova subestação em Extrema, com valor de investimento estimado em R$ 3,31 bilhões.

No mercado, há um receio de que a companhia não consiga disputar todos os ativos, já que parte dos recursos do plano de investimentos já está comprometida.

Uma eventual entrada de novo capital dependeria do avanço das discussões sobre privatização ou federalização da Cemig — ambas paradas no momento.

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Sobre o tema, Almeida se absteve de comentar. “A gente não atua diretamente com isso. É papel da Assembleia Legislativa. Nós aguardamos e estaremos prontos para fazer o que for necessário.”

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Jornalista formado pela Unesp, tem passagens pelo InfoMoney, CNN Brasil e Veja.
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