Internacional

China adverte Trump sobre tarifas e ameaça retaliação em acordos de cadeia de suprimentos

09 jul 2025, 5:37 - atualizado em 09 jul 2025, 5:27
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China ameaça países que fecharem acordos com os EUA à sua custa (Reuters/Jason Lee)

A China advertiu o governo Trump nesta terça-feira contra a retomada das tensões comerciais com a reimposição de tarifas sobre seus produtos no próximo mês e ameaçou retaliar países que fecharem acordos com os Estados Unidos para excluir a China de suas cadeias de suprimentos.

Washington e Pequim concordaram com uma estrutura comercial em junho que restaurou uma trégua frágil. Porém, com muitos detalhes ainda indefinidos, traders e investidores de ambos os lados do Pacífico observam atentamente para ver se o acordo irá se desfazer ou levar a uma distensão duradoura.

Na segunda-feira, o presidente Donald Trump começou a notificar parceiros comerciais sobre tarifas americanas significativamente mais altas a partir de 1º de agosto, após ter adiado — com exceção de uma tarifa de 10% — a maior parte das medidas anunciadas em abril para dar tempo aos países de firmarem acordos com a maior economia do mundo.

A China, inicialmente atingida com tarifas superiores a 100%, tem até 12 de agosto para chegar a um acordo com a Casa Branca e evitar que Trump restaure as restrições adicionais às importações impostas durante os embates tarifários de abril e maio.

“Uma conclusão é claramente evidente: diálogo e cooperação são o único caminho correto”, afirmou o People’s Daily (Diário do Povo), em editorial que comentava a atual rodada de tensões comerciais entre China e Estados Unidos.

O artigo foi assinado como “Zhong Sheng”, ou “Voz da China”, termo utilizado pelo jornal oficial do Partido Comunista para expressar posições oficiais sobre política externa.

Reiterando a visão de Pequim de que as tarifas de Trump equivalem a “intimidação”, o artigo acrescentou: “A prática já demonstrou que somente defendendo firmemente posições baseadas em princípios é possível proteger de fato os direitos e interesses legítimos”.

As declarações preparam o terreno para uma nova rodada de guerra tarifária caso Trump mantenha o que o jornal chamou de “suposto ‘prazo final’”.

Tarifas desiguais e retaliação

Segundo o Instituto Peterson de Economia Internacional, a tarifa média dos EUA sobre exportações chinesas está atualmente em 51,1%, enquanto a tarifa média chinesa sobre produtos americanos é de 32,6%, abrangendo praticamente todo o comércio bilateral.

O editorial também criticou duramente as economias da região que estão considerando firmar acordos de redução tarifária com os EUA que excluem a China das cadeias de suprimentos.

Na semana passada, o Vietnã garantiu uma redução de tarifa para 20% (antes 46%) com um acordo que impõe tarifa de 40% sobre produtos “reexportados” via Vietnã, geralmente originários da China.

“A China se opõe firmemente a qualquer parte que feche um acordo que sacrifique os interesses chineses em troca de concessões tarifárias”, disse o jornal.

“Se tal situação ocorrer, a China não aceitará e responderá de forma resoluta para proteger seus interesses legítimos.”

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A Reuters é uma das mais importantes e respeitadas agências de notícias do mundo. Fundada em 1851, no Reino Unido, por Paul Reuter. Com o tempo, expandiu sua cobertura para notícias gerais, políticas, econômicas e internacionais.
reuters@moneytimes.com.br
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