Commodities

China compete com Opep ao exportar petróleo de estoques cheios

17 jul 2020, 10:25 - atualizado em 17 jul 2020, 10:26
Opep
As compras desaceleram e parte desses estoques chega ao mercado justo quando a Opep e parceiros se preparam para aumentar a produção (Imagem: REUTERS/Leonhard Foeger)

Parte do petróleo de tanques de armazenamento da China está voltando ao mercado internacional. Operadores agora aproveitam a oportunidade para obter petróleo barato para revenda às refinarias regionais.

Os embarques em questão, até agora apenas 1 milhão de barris, foram adquiridos por empresas de trading por meio da bolsa de futuros de Xangai e carregados a partir dos inúmeros tanques de armazenamento da bolsa ao longo da costa leste do país.

Desses portos chineses, as cargas foram então enviadas para compradores internacionais que, de outra forma, teriam obtido esses suprimentos de produtores do Oriente Médio e da África.

Embora a China nunca passe a competir com fornecedores como a Arábia Saudita a longo prazo, a “gota” de petróleo do importador número 1 do mundo destaca como a recuperação do mercado ainda é frágil.

A China foi às compras para preencher as reservas com petróleo barato, o que ajudou a dobrar os preços em relação às mínimas de abril.

Agora, as compras desaceleram e parte desses estoques chega ao mercado justo quando a Opep e parceiros se preparam para aumentar a produção.

O petróleo é proveniente dos 14 depósitos designados como pontos de entrega e armazenamento para contratos de futuros de petróleo da Bolsa de Energia Internacional de Xangai (INE).

A bolsa tinha um total de 39 milhões de barris do tipo azedo médio armazenados em 16 de julho, um volume mais de 10 vezes maior em relação a 20 de abril.

Os estoques crescentes pesam sobre os futuros de petróleo, o que torna os preços atraentes para a compra por operadores que aceitam a entrega física no vencimento e depois enviam o petróleo para refinarias próximas, de acordo com traders e analistas consultados pela Bloomberg.

A arbitragem é ajudada pela Arábia Saudita, Iraque e outros produtores, que têm elevado os preços oficiais de venda. Uma refinaria do norte da Ásia poderia economizar US$ 1 por barril ao comprar uma carga do tipo Basrah Light da INE, em vez de transportá-la diretamente do Iraque, quando descontos de entrega, custos de transporte e preços oficiais de venda são contabilizados, de acordo com traders.

O tipo Basrah Light responde por cerca de metade do petróleo agora armazenado nos tanques da INE.

Duas refinarias sul-coreanas compraram cerca de 500 mil barris cada de petróleo bruto de Omã que estavam armazenados em depósitos da China. Uma das cargas já saiu do porto de Dongjiakou rumo a Yeosu, de acordo com pessoas a par do assunto.

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