China endurece controles de exportação de terras raras e mira setores de defesa e semicondutores

(Imagem: Getty Images Signature/Canva Pro)

Siga o MT no Youtube

A China endureceu seus controles de exportação de terras raras nesta quinta-feira (9), ampliando as restrições sobre tecnologias de processamento e deixando claro sua intenção de limitar exportações para usuários estrangeiros nos setores de defesa e semicondutores.

O anúncio do Ministério do Comércio esclarece e expande os amplos controles anunciados em abril, que causaram escassez global antes de uma série de acordos com a Europa e os Estados Unidos, os quais aliviaram, mas não eliminaram a crise de fornecimento.

• SAIBA MAIS: Fique por dentro dos melhores conteúdos do Money Times sem pagar nada por isso; veja como

Os controles são uma importante moeda de troca da China nas negociações comerciais com os EUA, e o endurecimento acontece semanas antes de uma reunião presencial entre os presidentes Donald Trump e Xi Jinping na Coreia do Sul.

“De uma perspectiva geoestratégica, isso ajuda a aumentar a influência de Pequim antes da cúpula Trump-Xi prevista para este mês na Coreia”, disse Tim Zhang, fundador da consultoria Edge Research, com sede em Singapura.

A China produz mais de 90% das terras raras processadas no mundo e dos ímãs de terras raras. Os 17 elementos de terras raras são materiais essenciais em produtos que vão desde veículos elétricos até motores de aeronaves e radares militares.

As restrições à exportação da tecnologia para fabricar ímãs de terras raras também serão ampliadas para mais tipos de ímãs e a China limitará alguns componentes e conjuntos que contenham ímãs restritos.

Líder global em tecnologia de terras raras, a China passará a exigir licença para exportar equipamentos usados na reciclagem desses materiais, adicionando-os à longa lista de tecnologias de processamento controladas.

Leia também

Morning Times

Derrota no Congresso amplia rombo fiscal do governo em R$ 42 bilhões; o que esperar do Ibovespa nesta quinta (9)

Bom dia, Bitcoin (BTC)

Bitcoin (BTC) hoje: Derrubada da MP da taxação e expectativas com as falas de Powell são destaque entre as criptomoedas

Empresas

Oi (OIBR3) anuncia renúncia de diretores e nomes eleitos para comitê de transição; veja

O anúncio do ministério do comércio esclareceu pela primeira vez alguns dos alvos das restrições chinesas. Usuários estrangeiros do setor de defesa não receberão licenças, informou o ministério, enquanto pedidos relacionados a semicondutores avançados serão avaliados caso a caso.

Um dia antes, legisladores dos Estados Unidos haviam pedido proibições mais amplas à exportação de equipamentos de fabricação de chips para a China. A Samsung Electronics recusou comentar e as fabricantes TSMC e SK Hynix não responderam imediatamente aos questionamentos.

As exportações chinesas de terras raras vêm crescendo nos últimos meses, à medida que Pequim concede mais licenças, embora alguns usuários ainda relatem dificuldades para obtê-las.

Reconhecendo as preocupações com o acesso, o Ministério do Comércio afirmou que o escopo dos itens na mais recente rodada de restrições é limitado e que “uma variedade de medidas de facilitação de licenciamento será adotada”.

As novas regras também proíbem empresas chinesas de trabalharem com empresas estrangeiras em projetos relacionados a terras raras sem permissão oficial do ministério.

Fabricantes no exterior que utilizarem qualquer componente ou maquinário chinês deverão também solicitar licenças para exportar itens controlados, informou o ministério.