China está dificultando a obtenção de licenças de exportação de ímãs de terras raras, dizem fontes
Empresas chinesas de ímãs de terras raras vêm enfrentando maior rigor na análise de pedidos de licenças de exportação desde setembro, disseram fontes, mesmo antes da decisão do governo da China na semana passada de expandir os controles sobre os minerais críticos usados em ímãs.
As revisões mais longas que os fabricantes de ímãs estão enfrentando levantam questões sobre se a China, o principal fornecedor global, está buscando reduzir os embarques de ímãs, em contraste com seu compromisso de acelerar as exportações em uma trégua comercial com os Estados Unidos em maio, para apertar ainda mais seu controle sobre produtos essenciais em tecnologias militares e comerciais.
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Desde setembro, obter uma licença de exportação tornou-se mais difícil, de acordo com duas fontes com conhecimento do assunto. Os pedidos agora estão sendo devolvidos com mais frequência com solicitações de informações adicionais, disse uma das fontes.
As aprovações estão levando mais tempo, embora geralmente ainda dentro do prazo de 45 dias úteis do ministério do comércio, disse a outra, mas a análise agora é semelhante à de abril, no auge da guerra comercial, quando longas esperas por licenças causaram escassez de ímãs que levaram ao fechamento de fábricas automotivas.
As fontes recusaram-se a comentar exatamente quanto tempo a mais está levando para obter as licenças ou detalhar as perguntas que estão sendo feitas.
Ambas falaram sob condição de anonimato, dada a sensibilidade do assunto na China.
O ministério do comércio da China não respondeu a um pedido de comentário enviado por fax pela Reuters sobre as aprovações de licenças.
Dados divulgados nesta segunda-feira (13) mostraram que as exportações de terras raras da China caíram 31% em setembro. Não está claro quanto dessa queda foi causada pelos ímãs, pois os dados não distinguem entre os produtos.
“Não é surpreendente ver exportações mais baixas em setembro, já que obter uma nova licença tornou-se cada vez mais difícil no mês passado”, disse uma das fontes.
As exportações de ímãs de terras raras caíram drasticamente em abril e maio, mas cresceram em junho, julho e agosto. Os dados de setembro serão divulgados ainda este mês.
A China é o principal fornecedor mundial de terras raras, um grupo de 17 elementos vitais em produtos que vão desde veículos elétricos e turbinas eólicas até radares militares, além de controlar rigidamente a exportação de muitos tipos por meio de seu sistema de licenciamento.
O governo chinês expandiu esses controles na semana passada, provocando indignação nos EUA, onde o presidente Donald Trump prometeu mais tarifas e proibições retaliatórias de exportação, embora depois tenha adotado um tom mais conciliador.
Houve uma enxurrada de consultas desde o anúncio por parte de clientes estrangeiros tentando embarcar pedidos antes que as novas regras entrem em vigor em 8 de novembro, segundo ambas as fontes.
Adam Dunnett, secretário-geral da Câmara de Comércio da União Europeia na China, disse que a principal preocupação dos membros ainda era o gargalo de pedidos de produtos de terras raras aguardando aprovação.
A câmara observou tanto aprovações quanto atrasos para seus membros nas últimas semanas, acrescentou.
“Não podemos dizer que vimos uma diminuição no nível de ansiedade ou preocupação”, disse ele. “Algumas empresas tiveram seu tempo de espera estendido ainda mais sem qualquer resposta sobre o motivo disso”.
