Cielo (CIEL3): Queda recente de 30% é um alerta para deixar a ação?

Desde o pico em outubro, as ações da Cielo (CIEL3) chegaram a cair cerca de 30%. Contra o Ibovespa, o papel teve um desempenho inferior em mais de 20% no período, destaca o BTG Pactual.

Embora a recente correção possa assustar alguns investidores, o BTG reforça sua visão positiva em relação à empresa de maquininhas de pagamentos.

“Não vemos nenhuma razão fundamental para a forte correção além da deterioração do mercado em geral. Aliás, não vimos sequer uma mudança significativa no discurso da gestão”, afirmam os analistas Eduardo Rosman, Thiago Paura, Ricardo Buchpiguel e Vitor Melo, em relatório publicado nesta sexta-feira (9).

O quarteto reconhece que o TPV (volume total de pagamentos) está desacelerando por conta da deflação, mas destaca que a Cielo aumentou seu TPV no quarto trimestre em média de aproximadamente 13% trimestre a trimestre nos últimos quatro anos.

“Este ano, esperamos que cresça um pouco menos (~8% t/t) devido aos impactos negativos da Copa do Mundo e uma Black Friday mais fraca do que o esperado”, comentam os analistas.

Sobre custos e despesas, a expectativa é de que eles aumentem, mas boa parte por conta da fase de transformação digital e operacional da companhia. Apesar do crescimento esperado, o BTG avalia que os custos e as despesas continuarão crescendo abaixo do TPV, mas acima da inflação.

Valuation continua atrativo

A Cielo ainda caminha para ser o destaque de alta do Ibovespa em 2022, acumulando atualmente ganhos de mais ou menos 100%.

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Mesmo com a forte valorização, a Cielo continua atrativa, afirma o BTG.

“Ainda acreditamos que a Cielo pode entregar um lucro líquido de cerca de R$ 2 bilhões em 2023. Se isso for verdade, CIEL3 estaria sendo negociada a um P/L (preço sobre lucro) muito atraente de 5,7 vezes para 2023, que parece um ótimo ponto de entrada”, avalia o banco.

O BTG reiterou a recomendação de compra, com preço-alvo de R$ 7 ao fim de 2023, citando ainda a baixa correlação com o ruído político local.

“Ainda a vemos como uma ótima ação para se ter, pelo menos no curto prazo”, concluem os analistas.