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Cielo: nem o presente com Covid-19, nem o futuro concorrido empolgam

29 abr 2020, 13:28 - atualizado em 29 abr 2020, 13:30
Cielo
Cenário negativo: pandemia atingiu em cheio negócios da Cielo (Imagem: Divulgação/Cielo)

A Cielo (CIEL3), que já não empolgava os analistas, apresentou mais um balanço fraco no primeiro trimestre e foi punida com dois dos castigos mais eloquentes do mercado: o corte de seu preço-alvo, e a queda no valor das ações no pregão desta quarta-feira (29).

Os números trimestrais refletem o impacto do fechamento do comércio para conter o coronavírus.

Marco Calvi, do Itaú BBA, é um dos analistas que cortaram o preço-alvo da Cielo, em resposta aos maus resultados. Calvi manteve a recomendação de marketperform, isto é, desempenho esperado em linha com o mercado, mas rebaixou o preço-alvo de R$ 5,50 para R$ 4,60.

O Itaú BBA justifica a medida, observando que as perspectivas da Cielo são negativas neste ano. Segundo a instituição, o balanço do primeiro trimestre mostra os impactos iniciais da queda da economia, diante da pandemia.

O movimento foi acompanhado pela Ágora Investimentos. Num breve comentário sobre a empresa, os analistas Victor Schabbel e Luiza Mussi mantiveram a recomendação neutra para as ações, mas reduziram o preço-alvo para R$ 5, ante os R$ 5,50 originais.

“O valuation [da ação] não parece atraente o suficiente, devido às fracas perspectivas de ganhos à frente”, resume a dupla, ao se referir a um múltiplo P/L (preço-lucro) estimado de 15 vezes para 2021.

A Ágora também incorporou o modelo de recuperação em “U” para a economia atingida pelo coronavírus. Isso significa que a gestora projeta uma queda acentuada do PIB neste ano, seguida de uma retomada lenta.

Isso levou os analistas a cortarem a expectativa de lucro líquido da Cielo em 21%, em 2020, e mais 25% em 2021.

Precaução

Outros bancos comentaram os números da empresa de meios de pagamento, mas mantiveram a recomendação neutra e seus preços-alvos. Um deles foi o suíço UBS. Em relatório obtido pelo Money Times, o banco estima um preço-alvo de R$ 4,50 para a Cielo.

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Concorrência: rivais devem voltar ao encalço da Cielo, após relaxamento de medidas de isolamento social (Imagem: REUTERS/Beawiharta)

Mariana Taddeo e Kaio Prato, que assinam a análise, estimam que o segmento de cartões apresente uma retração de 6% no volume de negócios neste ano, devido ao coronavírus e à elevada exposição da empresa a grandes varejistas. A dupla acrescenta que a competição nesse mercado deve voltar a crescer, após a reabertura do comércio.

O Banco Safra destaca a falta de “visibilidade” dos lucros nos próximos trimestres, para justificar sua postura “cautelosa” com a empresa.

Com rating neutro e preço-alvo de R$ 7,70, Luis Azevedo e Silvio Dória, que assinam o relatório, enfatizam que a conjuntura só tende a piorar para a Cielo, diante do aumento da concorrência e do aprofundamento da recessão decorrente da Covid-19.

Diretor de Redação do Money Times
Ingressou no Money Times em 2019, tendo atuado como repórter e editor. Formado em Jornalismo pela ECA/USP em 2000, é mestre em Ciência Política pela FLCH/USP e possui MBA em Derivativos e Informações Econômicas pela FIA/BM&F Bovespa. Iniciou na grande imprensa em 2000, como repórter no InvestNews da Gazeta Mercantil. Desde então, escreveu sobre economia, política, negócios e finanças para a Agência Estado, Exame.com, IstoÉ Dinheiro e O Financista, entre outros.
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Ingressou no Money Times em 2019, tendo atuado como repórter e editor. Formado em Jornalismo pela ECA/USP em 2000, é mestre em Ciência Política pela FLCH/USP e possui MBA em Derivativos e Informações Econômicas pela FIA/BM&F Bovespa. Iniciou na grande imprensa em 2000, como repórter no InvestNews da Gazeta Mercantil. Desde então, escreveu sobre economia, política, negócios e finanças para a Agência Estado, Exame.com, IstoÉ Dinheiro e O Financista, entre outros.
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