Coluna da Renata Spallicci

Cinco lições que podemos aprender com o Vale do Silício

20 jun 2023, 14:11 - atualizado em 20 jun 2023, 14:11
Vale do Silício Twitter Rede Social EUA
“Embora trabalhar lá seja um privilégio para poucos, há muitas lições que todos nós podemos tirar dessa meca do empreendedorismo”, escreve a colunista (Imagem: Michael Short/Bloomberg)

Foi com muita alegria que recebi o convite para integrar o time de colunistas do Money Times e é um prazer estar aqui em meu primeiro artigo.

Acredito que, como vice-presidente de uma indústria farmacêutica, escritora, palestrante e mentora possa agregar com meu conhecimento em áreas como gestão, inovação, carreira, entre outras, e é isso que espero fazer nesse espaço.

E, neste nosso primeiro contato, quero compartilhar com vocês aprendizados significativos que tive em uma recente imersão no Vale do Silício, o centro do mundo ocidental em termos de empreendedorismo, inovação e tecnologia!

Só para contextualizar, o Vale do Silício é centro indiscutível da inovação tecnológica moderna, produzindo empresas, produtos e tecnologias que mudaram e continuam a transformar o mundo.

Algumas das empresas mais famosas e lucrativas da história têm suas raízes no Valley e, certamente, trabalhar por lá é o sonho de muitos profissionais de tecnologia, gestores e empreendedores.

Embora trabalhar lá seja um privilégio para poucos, há muitas lições que todos nós podemos tirar dessa meca do empreendedorismo para nossas empresas, carreiras e projetos futuros. Destaquei aqui seis das lições que mais me impressionaram, e que certamente podemos aplicar rapidamente em nosso dia a dia.

Lição nº 1: Aprenda a ser um “solucionador de necessidades”

Empresas ou profissionais caçadores de necessidades são os que dissecam os desafios mais significativos na vida de seus clientes e moldam seus produtos e serviços em torno dessas necessidades.

São Apple’s do mundo, que querem vislumbrar produtos que vão mudar a vida de seus clientes e se esforçam para serem os primeiros a comercializarem com suas soluções, enquanto os demais agem com cautela em seus mercados e seguem a direção que lhes é sugerida.

Lição nº 2: Seja disruptivo

Existe uma cultura constante de inovação no Vale do Silício. Todos lá estão para resolver problemas, questionando as coisas como elas são e estabelecendo metas que podem até parecer ridiculamente ambiciosas e pretensiosas.

Quem está lá quer desempenhar tarefas que nunca foram executadas antes. Eles criam modelos de negócios disruptivos que, por sua vez, fornecem um produto disruptivo. Inovações, como o aplicativo de compartilhamento de viagens Uber, por exemplo, e criam novos mercados ao descobrirem novos tipos de clientes.

Eles fazem isso em parte aproveitando novas tecnologias, mas também desenvolvendo novos modelos de negócios e explorando tecnologias antigas de novas maneiras.

Lição nº 3: Faça conexões e aprenda com quem sabe

A cultura da mentoria é algo extremamente forte no Vale. Precisa aprender algo rapidamente? Contrate o melhor profissional naquela área para lhe ensinar. Muitas vezes, remunerando-o com ações da própria startup!

E, além da contratação de mentores e coachings, é surpreendente como funciona o conhecimento que se pode obter por meio da cultura colaborativa do Vale.

Ampliar conexões dentro da própria rede e compartilhar conhecimento é algo comum e que me espantou bastante, já que nós, brasileiros, temos a cultura de “guardar e esconder” conhecimento.

Dar seu conselho para ajudar os outros é fundamental e irá recompensá-lo no futuro, se as conexões que fizer agora o valorizarem o suficiente para lhe indicar outras pessoas no futuro.

Lição nº 4: Falhe, mas aprenda com os erros rapidamente

O Vale do Silício tem uma forte aceitação e tolerância ao fracasso, em comparação aos países europeus e asiáticos que têm uma visão mais rígida sobre o assunto. Afinal, 90% das startups do Vale fracassam!

Errar e fracassar é quase visto como uma etapa necessária que ajuda a reabastecer os empreendedores em sua jornada para desafiar o status quo.

As pessoas no Vale do Silício talvez sejam inerentemente mais abertas a riscos e velocidade, com uma tendência de tentar algo e descobrir se funciona ou não rapidamente – e se não funcionar, seguir em frente com a mesma rapidez.

Lição nº 5: Diversidade é essencial

Boa parte das pessoas que trabalham no Vale são de outros países. Asiáticos, Indianos, latinos, africanos. Quanto mais diverso seu time, mais visões diferentes você pode ter de uma determinada questão e, consequentemente, maior chance de solucioná-la.

Além desse aspecto, os negócios no Vale são pensados para serem rapidamente escaláveis em termos globais e nada melhor do que já ter as conexões em outros países dentro de sua própria equipe!

Claro que o Vale do Silício está longe de ser perfeito. Há muitos problemas e atraiu uma quantidade significativa de críticas justificadas ao longo dos anos.

É difícil argumentar, no entanto, com o fato de que as empresas da área da Baía de São Francisco são potências quase incomparáveis ​​de sucesso tecnológico, e há muitas lições importantes que organizações em todo o mundo podem aprender com seu exemplo.

O traço comum que permeia todas as melhores qualidades do Valley é uma busca destemida por melhorias e inovações e por não deixarem ser restringidas pelos limites do pensamento convencional ou do dogma comercial tradicional. Isso, fundamentalmente, é a chave para o sucesso do Vale do Silício – e é uma lição que todos nós podemos aprender.

Um outro tema que me fascinou, em minha viagem ao Vale, foi a revolução que a Inteligência Artificial está promovendo nas empresas e como já há inúmeras formas de utilizá-la em nosso dia a dia. Mas isso é assunto para outra coluna!

Busque seu propósito. Deixe o seu legado.

Vice-presidente executiva da Apsen Farmacêutica, escritora e mentora. À frente do laboratório fundado por seus avós há mais de 50 anos e no qual atua desde 2003, Renata graduou-se em Engenharia Química pela Fundação Armando Álvares Penteado (FAAP), especializou-se em Finanças, fez MBA para CEOs na Fundação Getúlio Vargas (FGV). Como escritora possui dois livros publicados.
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Vice-presidente executiva da Apsen Farmacêutica, escritora e mentora. À frente do laboratório fundado por seus avós há mais de 50 anos e no qual atua desde 2003, Renata graduou-se em Engenharia Química pela Fundação Armando Álvares Penteado (FAAP), especializou-se em Finanças, fez MBA para CEOs na Fundação Getúlio Vargas (FGV). Como escritora possui dois livros publicados.
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